Cachaça Havana falsificada é vendida na Internet


Produtor da Havana-Anísio Santiago preocupado com onda de falsificação alerta consumidor

SALINAS – O apreciador da legítima cachaça Havana-Anísio Santiago, considerada uma das mais tradicionais marcas de cachaça artesanal do Brasil, deve ficar atento na hora de comprar a bebida, principalmente na internet.
Consumidores estão sendo enganados com preços de cachaça Havana em torno de 149 e 159 reais. Pasmem, há oferta de até 100 reais. Não compre, pois se trata de garrafas falsificadas. Para ludibriar o consumidor o falsificador vende garrafas com rótulos antigos. Aqui vai um alerta, garrafas antigas originais somente existem nas mãos de colecionadores e valem um bom dinheiro. Uma garrafa antiga original dos anos 70 ou 80, por exemplo, vale cerca de 800 reais ou mais. As mais antigas ainda, dos anos 60, valem mais de dois mil reais.
Osvaldo Santiago, filho de Anísio Santiago (1912-2002), atual responsável pela produção na fazenda Havana, em Salinas, diz que “está impressionado com a onda de falsificação das marcas Havana e Anísio Santiago na internet com preço inferior ao praticado na fábrica. O consumidor deve ficar atento. Todo cuidado é pouco.” Inconformado, diz, ainda, que “desde a década de 70, ainda na época do meu pai, convivemos com onda de falsificação da cachaça Havana. Com a internet, o controle está ficando difícil”.
Recomenda-se ao consumidor exigir nota fiscal do revendedor e, ainda, procurar saber a sua idoneidade. Osvaldo Santiago diz que providências estão sendo tomadas para combater a falsificação junto aos órgãos competentes (Receitas Estadual e Federal e Polícias Civil e Federal).
Por ano são produzidos em média 15 mil litros de cachaça na fazenda Havana e envelhecidos cerca de 10 anos em dornas de bálsamo. Entretanto, no máximo, somente são vendidas dez mil garrafas de 600ml por ano para não comprometer a qualidade do produto. Na fábrica, atualmente, uma garrafa da marca Anísio Santiago custa 120 reais e uma garrafa da marca Havana custa 200 reais. Em média, são revendidas no mercado para o consumidor final ao preço de 250 reais (marca Anísio Santiago) e 350 reais (marca Havana). Osvaldo Santiago diz que “temos poucos clientes cativos que revendem nossas duas marcas. Já para o consumidor final, vendemos poucas garrafas. Produzimos pouco e vendemos pouco. Não abrimos mão da qualidade em hipótese alguma”.
Em julho deste ano, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) deferiu a Indicação de Procedência (IP) para a cachaça produzida na região de Salinas. Com isso, a Associação de Produtores Artesanais da Cachaça de Salinas (APACS), que representa os produtores, tem a partir de agora condições legais para coibir a falsificação das marcas de Salinas, inclusive contra aqueles produtores de outras regiões que usam Salinas como origem de suas marcas, mas que na verdade não são ali produzidas.
Contudo, o consumidor que se sentir lesado por falsificações de marcas de cachaça de Salinas pode fazer denúncia junto à APACS pelo telefone nº. (38) 3841-3431 e, também, nas Polícias Civil e Federal. Vender produto falsificado é crime.

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