Vídeo da compra de votos: “Um processo de fantasmas”, diz a juíza de Taiobeiras
A Justiça Eleitoral realizou audiência para tentar
apurar os fatos narrados no polêmico vídeo que acusa o prefeito eleito de
Taiobeiras, Danilo Mendes (PSDB), de comprar voto com gasolina, cesta básica e
cimento. Mas, para surpresa geral, os autores do tal vídeo não compareceram perante
a juíza, que acabou ouvindo apenas duas testemunhas da defesa: o advogado
Jackson Ferraz e a estrela principal do vídeo, Adalberto Rodrigues.
Estranhamente, a acusação, feita pela Coligação
Taiobeiras Merece Mais, não levou nenhuma testemunha para confirmar em juízo os
depoimentos feitos no Ministério Público. Diante disso, o conteúdo do processo
continuou desconhecido e nebuloso. “É um processo de fantasmas”,
disparou a juíza.
A defesa deitou e rolou.
Nos autos, o advogado Jackson Ferraz é acusado de ter
oferecido R$ 5 mil para o autor do vídeo, Geraldo Pereira, mudar o depoimento. Mas,
diante da juíza, o advogado disse que, sequer, conhece o indivíduo. “Jamais
procurei esse Geraldo. Nunca conversei com ele nem por telefone”,
afirmou Jackson, garantindo ainda que não conhece Danilo e que não tinha
conhecimento que seu pai, Laurim Ferraz, havia trabalhado na campanha tucana.
A “estrela” do vídeo, Adalberto Rodrigues, não havia
comparecido na audiência e a juíza pediu um oficial para buscá-lo. Ao adentrar
na sala de audiência, ele cumprimentou Danilo, pegando em sua mão. Visivelmente
nervoso, começou a contar a história logo na primeira pergunta da juíza. Em
resumo, Adalberto disse que foram os homens da gravação que lhe deu a cesta básica,
o cimento e a gasolina. “Eles deram as coisas e pediram pra eu falar que
foi Danilo que deu. Eu aceitei, mas não sabia que tava gravando”, disse
Adalberto, informando que as frases que aparecem no vídeo foram decoradas.
Ao final da audiência, a juíza aceitou o pedido da
promotora Ana Gabriela e suspendeu o processo por 30 dias, pois está sendo
aguardado a conclusão do inquérito feito pela Polícia Federal, onde, segundo a
promotora, existem até gravações de ameaças às pessoas envolvidas.
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