Procurador alerta para riscos de novos minerodutos em Minas

Potencial de danos sócio-ambientais dos empreendimentos preocupa o Ministério Público
Traçado dos 482 km do mineroduto que ligará a região ao Porto de Ilhéus
Nos próximos anos, Minas Gerais pode ter mais quatro minerodutos – sistemas de tubulação para transportar minério de ferro, ligando a mina ao porto – de grande porte cortando dezenas de seus municípios. Juntos, eles cortarão 98 municípios em quatro Estados (Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia), sendo que 70 dessas cidades são mineiras. Por sua extensão – todos com mais de 400 Km –, pelo número de municípios atingidos, pelo potencial de danos sócio-ambientais que causarão e pelo grande consumo de água necessário para colocar essas estruturas em funcionamento, os projetos já preocupam os Ministérios Públicos Estadual (MPMG) e Federal (MPF-MG).

A perspectiva de mais quatro minerodutos em Minas Gerais está me deixando de cabelo em pé pelas inquietações sociais e ambientais que esse tipo de obra provoca”, diz o procurador da República do Ministério Público Federal em Minas Gerais (MPF-MG), José Adércio Leite Sampaio.

Três projetos ainda não têm sequer a licença prévia (LP) – que atesta a viabilidade do projeto – e outro, o da Anglo American, já aguarda a licença de operação. Contra esse, o procurador já ajuizou uma ação na Justiça, e assinou um Termo de Ajustamento de Conduta pedindo que a empresa repare os danos causados aos moradores e ao meio ambiente antes de começar a operar.

Juntos, os quatro novos minerodutos terão capacidade para transportar cerca de 100 milhões de toneladas de minério por ano. Eles irão se somar aos três minerodutos já operados pela Samarco. O mais recente entrou em operação no início deste mês e tem cerca de 400 Km entre Mariana (MG) e Anchieta (ES), com capacidade para 20 milhões de toneladas anuais.

Depois do projeto Minas-Rio, da Anglo American, previsto para entrar em operação no fim do ano, o mais adiantado é o do Vale do Rio Pardo, da Sul Americana de Metais (SAM). A empresa já entrou com o pedido de licenciamento no Ibama e a expectativa é obter a LP ainda neste ano e colocar a tubulação para funcionar em 2017. O projeto liga a mina em Grão Mogol, no Norte de Minas Gerais, ao porto em Ilhéus (BA). O mineroduto tem autorização para captar 6.200 m³ de água por hora em uma região que tradicionalmente sofre com secas e tem dificuldades para manter até o abastecimento regular à população.

Comentários

  1. Tudo mundo sabe dos danos que um empreendimento deste porte irá causar, só os políticos regionais que não enxergam. Ou será que não querem enxergar? Ou então estão levando algum por fora! Não seria melhor bombear a água do mar para que esta escoe o minério? Há! Ficará mais caro o produto final, não é? Mas não será melhor para a região? Pelo menos não veríamos as nossas águas (que são escassas) irem sem escala desaguar no mar!

    ResponderExcluir
  2. Que venham muitos projetos como este, pois nossa região está acabada. Sem emprego, sem perspectivas, sem nada. Eu quero é mais.

    ResponderExcluir
  3. Sinceramente acho um absurdo isso.desperdiçar nossa água um bem tão precioso com minério para enriquecer ainda mais esses magnatas do minério. Daí a alguns anos acaba o minério e a região continuará na miséria e ainda com uma falta de água maior ainda.acho que a população tem que se mobilizar para barrar esse projeto do vale do rio pardo.se o povo se unir isso não vai pra frente não

    ResponderExcluir
  4. gente deixa eu ver se eu intendir ! axou minero em taiobeiras ?

    ResponderExcluir
  5. A sim, estão querendo construir um mineroduto pra transportar os mineiros da região bombeando-os até o porto? Mineiro aqui na região tem demais, vai faltar é água pra tanto! Ai uma parte vai empurrado com cachaça mesmo.

    ResponderExcluir
  6. Nao entendi nada mais vai ter uma linha de trem que passara em Taiobeiras

    ResponderExcluir

Postar um comentário