Construção de mineroduto na região gera controvérsias. Deputado trabalha para barrar
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Mapa mostra que mineroduto cortará 21 cidades de Minas e da Bahia |
Falta água em nossa região até para o consumo humano,
mas os órgãos governamentais estão prestes a conceder licença para a construção
de mais um mineroduto em Minas Gerais, liberando o uso da água para transportar
minério de ferro até o Porto de Ilhéus, na Bahia. O assunto rendeu muita
polêmica na audiência pública realizada pela mineradora Sul Americana Metais
(SAM) em Grão Mogol no último dia 05 de fevereiro, quando foi apresentada a atualização
do EIA/RIMA do Projeto Vale do Rio Pardo, que prevê construção de um mineroduto
de 482 quilômetros,
cortando 21 cidades, em Minas Gerais e na Bahia.
O processo de licenciamento do projeto Vale do Rio
Pardo está bem adiantado, pois a SAM já possui a outorga da Agência Nacional de
Águas (ANA) para captar até 6.200
m³ de água por hora na barragem de Irapé, construída no
rio Jequitinhonha e localizada na zona rural de Grão Mogol. A SAM, criada em
2006, é controlada pela empresa chinesa Honbridge Holdings em parceria com a
Votorantim. O investimento previsto no projeto é de 3 bilhões de dólares e as
jazidas existentes da região seriam suficientes para 25 anos de exploração.
Os movimentos sociais que atuam na região estão dando
o grito e já, inclusive, acionaram a justiça. Todos são unânimes em reclamar do
uso de grande volume de água para transportar o minério, além de alegar que o empreendimento
vai afetar povos tradicionais da região, conhecidos como Geraizeiros, que
dependem do cerrado vivo para sua reprodução; enquanto algumas lideranças
políticas mais antenadas com a região defendem a construção de uma ferrovia
para escoar o minério, considerado de baixo teor, apenas 20% de ferro, e, por
isso, a mineradora optou por mineroduto, cujo custo de transporte seria mais
barato. Para comparar, o minério retirado de Carajás, no Pará, tem 65% de
ferro.
O deputado estadual Rogério Correia (PT), líder do
governo na Assembleia, engrossou o coro dos movimentos sociais, declarando
publicamente ser contra o mineroduto. Segundo estudo encomendado pelo deputado,
o projeto usará cerca de 50 milhões de m³ de água, o suficiente para abastecer
uma cidade e meia do porte de Montes Claros, com 400 mil habitantes e consumo
de cerca de 30 milhões de m³ por ano.
Segundo o Estudo de Impacto Socioambiental divulgado pelo
deputado Rogério, o mineroduto da SAM será o 2º maior do Brasil, atrás apenas
do Minas-Rio, da Anglo-American. No entanto, será o campeão em uso de água,
pois o projeto prevê a retirada de 14% do volume outorgável da barragem de
Irapé. “O rio Jequitinhonha não comporta o projeto. O rio está à míngua”,
afirmou o deputado Rogério Correa.
A SAM esperava que a licença prévia (LP) concedida
pelo Ibama, o primeiro passo para viabilizar o projeto, fosse sair até o fim de
2014, com a intenção de iniciar a operação em 2017. Agora, não há nova previsão
para o licenciamento.
Decreto – Para viabilizar o projeto da SAM, o então
governador Antônio Anastasia, assinou decreto que autoriza as desapropriações
necessárias para a implantação do mineroduto, ato intensamente criticado pelos
movimentos sociais. Agora, o deputado Rogério Correa já desarquivou um projeto
de sua autoria que pede a revogação do decreto. “Estou tentando barrar esse mineroduto”, disse Correia.
Resistências – “O licenciamento não leva em consideração que
o projeto vai iniciar um processo de desertificação na região, pelo uso e
contaminação dos solos e dos mananciais”, é com esse argumento que o
agrônomo Alexandre Gonçalves, membro da Comissão Pastoral da Terra, luta contra
o empreendimento na região, assim como o Ministério Público, que impetrou uma
ação civil pública solicitando a suspensão do licenciamento ambiental da SAM em
abril de 2014, quando apontou diversas estratégias utilizadas pela empresa para
burlar impedimentos na legislação ambiental.
O pessoal que crítica o projeto é o mesmo público que não leu o EIA-RIMA.
ResponderExcluirdeputados e essas pastorais não se importam com a realidade da região,eles visão só lucros, podem ver que por traz deles existem padrinhos visando sempre meios de ter os pobres e carentes em suas politicas , assim esses simples moradores do gerais nunca pode ter uma esperança de vida melhor. precisamos de emprego e vida digna, e o IBAMA sabe o que faz .porque vcs não falam da barragem do vacarias e se informem,leia mais .
ResponderExcluirNossa região precisa de emprego, precisa de desenvolvimento, o que este povo deve fazer é facilitar para que comece a extração do minério porém com o menor impacto possível. Que comece o quanto antes a extração do minério.
ResponderExcluirEU quero desenvolvimento para minha região. Não quero ir para fora da minha cidade para trabalhar. Se a empresa citada está se comprometendo a construir barragens, qual o problema disso? Leiam o EIA/RIMA e entenderão melhor, ao invés de se apegarem a numeros fictícios e a tanta conspiração.
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