PM depara com condições precárias em carvoeira

Trabalhadores estavam sem água e comida, além de alojamentos improvisáveis.

No sábado (25/07), a Polícia Militar de Ninheira deparou com trabalhadores em condições precárias em uma carvoeira na comunidade de Baixa Nova, zona rural de Ninheira. Os policiais também encontraram armas de fogo artesanais.

A fiscalização aconteceu após uma denúncia repassada pelo Ministério Público do Trabalho, com base em um inquérito civil aberto em 2022.

A fazenda também é investigada por crime ambiental. No local, foram encontrados barracos improvisados com pedaços de madeira, telhas e plástico. Dentro dessas estruturas, o chão era de terra batida e os beliches eram feitos de tábuas e pregos, cobertos por espumas. Também havia alimentos armazenados no mesmo ambiente e um fogão de lenha improvisado.

Durante a fiscalização, os militares apreenderam duas espingardas artesanais, dois cartuchos intactos e insumos usados na fabricação de munições, como pólvora, chumbo e espoletas. O armamento estava em uma das construções e, de acordo com uma testemunha, pertencia a um homem conhecido na região, que não teve o nome revelado.

Ainda conforme o relato da testemunha, que também trabalha na carvoaria, ele recebia R$ 40 por cada forno de carvão produzido. O homem contou que não havia alimentação fornecida na fazenda, e cada trabalhador era responsável por levar sua própria comida. A água potável vinha de uma fazenda vizinha e, para banho, era usada água armazenada em tambores plásticos. O banho era tomado ao ar livre, com o uso de canecas.

Além disso, ele relatou que havia outros trabalhadores no local, conhecidos apenas por apelidos, e que se revezavam nos dias de trabalho. Disse também que tinha liberdade para ir e vir, mas confirmou que a estrutura da fazenda não oferecia o mínimo de conforto ou dignidade.

O material apreendido foi encaminhado à Delegacia de Polícia Civil em São João do Paraíso. Os crimes ambientais identificados foram registrados separadamente pela Polícia Militar de Meio Ambiente. As investigações continuam.

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