Autoridades de Taiobeiras tentam evitar novo colapso no abastecimento de água
Depois de 18 anos, Copasa continua
dependendo do empresário Carlos Humberto para matar a sede de Taiobeiras
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Reunião entre autoridades para traçar medidas de emergência |
TAIOBEIRAS -
Se as chuvas demorarem a cair, essa cidade pode voltar a sofrer com um novo
colapso no abastecimento de água, assim como ocorreu no final de 2012, quando a
população foi humilhada com o engarrafamento de caminhões pipa. Motivo: a falta
de investimentos da Copasa, detentora da concessão de fornecimento e a
inoperância da classe política, que não possui forças para pressionar a direção
da Copasa a fazer investimentos.
Diante da eminente falta d’água, o
promotor da Comarca de Taiobeiras, José Cícero Barbosa, vem, a muito custo,
tentando uma medida paliativa para evitar a ocorrência de um novo colapso. Para
isso, ele vem convocando as principais autoridades do município visando uma
saída de emergência, oportunidade em que ficou claro que, o produtor rural Carlos
Humberto Morais, proprietário da fazenda HP, continua sendo a única saída para
evitar o caos na cidade, pois possui grande reserva de água, graças ao
milionário investimento que vem fazendo no desassoreamento de lagoas
permanentes em sua propriedade.
No dia 23 de agosto, durante a 2ª
reunião convocada pelo promotor, realizada no prédio da Prefeitura de
Taiobeiras, ocorreu um acalorado debate, especialmente entre o empresário
Carlos Humberto e o Superintendente da Copasa, Daniel Antunes, quando confrontaram
uma série de números sobre investimentos e retiradas de água no rio Pardo, oportunidade
em que foi aprovada uma solução considerada viável para o momento,
proposta por Carlos Humberto, que é bombear 200 litros de água por
segundo das suas lagoas para o rio Pardo.
No
trecho entre a Fazenda HP e a estação de captação da Copasa, existiam vários
pequenos barramentos clandestinos, feitos por moradores de comunidades
ribeirinhas e, para a água bombeada chegar à Taiobeiras, foi preciso o promotor
acionar a Agência Nacional das Águas (ANA) para destruir esses barramentos,
caso contrário, as águas seriam interceptadas.
O
fiscal da Ana foi convocado e no final do dia 28 de agosto todas as barraginhas
erguidas no trecho estavam destruídas, sendo usada uma máquina da Prefeitura de
Taiobeiras na execução dos trabalhos, que foram acompanhados pela Polícia
Ambiental. A destruição foi dramática, pois os barramentos eram a única esperança dos
ribeirinhos manter suas plantações até a chegada das chuvas. “Fazer
o que né? Nós é fraco e eles é forte. Nunca veio um político aqui pra ajudar
nóis, e quando vem é pra isso: destruir o que fazemos com muita luta”,
lamentou o agricultor Chico, da comunidade Traíras, que viu a derrubada de sua
barragem com os olhos lacrimejados, pois sua lavoura com 20 mil pés de tomate
ficou ameaçada.
No
entanto, as ações poderão ser em vão, já que o bombeamento das águas não tinha
ocorrido até o dia 13, pois a montagem da estrutura por parte da Copasa (rede
elétrica, adutora e motor) demorou 21 dias para ficar pronta. "Tudo
deveria ser feito em regime de urgência, antes que o rio ficasse totalmente
seco. Como o trabalho da Copasa demorou muito, vamos correr o risco de perder a
água bombeada, pois o percurso do rio até a estação da Copasa é de 47 quilômetros",
explicou Carlos Humberto.
Intervenção
no rio é vetada por ribeirinhos
O
previsto aconteceu. A lentidão da Copasa na montagem da estrutura para bombear
as águas das lagoas para rio melou a ideia. Depois de 21 dias, o rio terminou
de secar. O nível dos poços abaixou. Com isso, o bombeamento das águas foi
inviabilizado.
No dia
05 de setembro, Folha Regional denunciou em seu Blog toda a morosidade dos
trabalhos da Copasa na Fazenda HP. O que deveria ser feito em regime de
urgência, estava a passos de tartaruga, ficando a impressão de que os diretores da Copasa estavam
enrolando a espera das chuvas, mesmo diante de tantas cobranças e próximo de um
novo colapso.
O promotor José Cícero foi alertado
sobre a lentidão das ações da Copasa e uma nova reunião foi marcada no dia 09
de setembro, ocasião em que Dr. José Cícero demonstrou muita preocupação com os
atrasos nos trabalhos, que deveriam ser emergenciais. Os diretores da Copasa,
Daniel Antunes e Deusdete Rocha explicaram que os atrasos ocorreram por falta
de peças.
Com o rio seco, chegou-se a
conclusão de que apenas com o bombeamento não resolveria o problema, já que a
areia embeberia toda água antes de chegar à captação da Copasa. Com isso,
surgiu a ideia de se abrir valas no leito do rio, interligando os poços
existentes e permitindo melhor passagem para as águas bombeadas, na esperança
de chegar pelo menos 50
litros por segundo na captação.
Para isso, seria preciso o uso de
máquina pá-carregadeira. E para evitar a resistência dos moradores ribeirinhos,
e até mesmo um possível confronto, decidiu-se convocá-los para uma audiência
pública, marcada para o dia 11 de setembro.
Antes, técnicos da Prefeitura de
Taiobeiras e Copasa, acompanhados da Polícia Ambiental, fazendo uso de aparelho
GPS, identificaram os pontos de todos os poços no trecho do rio, descobrindo
distância de até um quilômetro entre um e outro.
A reunião do dia 11 pegou fogo e,
como já era esperado, os ribeirinhos ficaram furiosos com a ideia de adentrar
máquina no leito do rio Pardo para abrir valas, mesmo o superintendente Daniel
Antunes garantindo que não haveria nenhum risco de crime ambiental. "Não
vamos esgotar as águas dos poços, a ideia é apenas abrir espaço para as águas
bombeadas das lagoas chegarem à captação da Copasa. Não tem risco ambiental
porque o rio Pardo não tem grande desnível e o fato de ser plano evitar o
assoreamento", explicou o superintendente, que acabou não
convencendo ninguém.
Depois de muitas explicações,
debates e até princípio de tumulto, os ribeirinhos foram categóricos e
unânimes: "Não deixaremos entrar máquina em nossas propriedades, muito
menos no rio", argumentos reforçados pela falta de garantias de que o rio
não sofrerá degradação.
Sem acordo, a audiência pública foi encerrada e nenhuma
decisão foi tomada. Restou como alternativa retornar à ideia anterior e o
bombeamento das águas das lagoas de Carlos Humberto foi iniciado na manhã de
sábado, dia 14, mesmo correndo o sério risco de não chegarem à captação da
Copasa em Taiobeiras. O negócio agora é rezar!
Gostaria de saber porque o Folha Regional não fez uma matéria no inicio das obras do produtor Carlos Humberto, pois até o ano passado esta tal "reserva de água", não existia. No local existia apenas um vasto campo seco, que somente era umedecido nos períodos de chuva. Quer uma prova, é só perguntar aos moradores da região, ou então olhar as fotos no google earth. De onde será que apareceu tanta água de repente? Não seria do rio pardo?, pois, desde o início de suas obras, ainda não choveu o suficiente para reservar tanta água! Ouvi comentarios que existe um cano subterrâneo que leva água do rio até esta lagoa! Vamos verificar Alex?
ResponderExcluirNo ano passado realmente os moradores de Taiobeiras foram humilhados com os caminhões pipa espero que essa ideia de bombear as águas dê certo, se os pipas voltar esse ano será um vexame
ResponderExcluirQue situação preocupante, até quando Taiobeiras vai ficar a mercê de medidas emergenciais?
ResponderExcluirEsse copasa gosta de grana facil, A receita e simples e so sugar a agua do rio acrescente alguns litros de cloro e algumas gotinhas de fluor e pronto, agora e so vender para a populacao.
ResponderExcluirMas agora eu pergunto quando foi q a copasa se preocupou em recuperar a nascente do do rio, qual a campanha socio ambiental q ela possui? se e q possui..
Outra empresa q usa e abusa do rio pardo e a rio dourado, pois a mesma suga agua dia e noite por 4 tubos de aproximadamente 70 cm de circoferencia cada, e la no meio da chapada a agua derrama a vontade pois esses canos estao quebrados, e ninguem resolve o problema o certo e a copasa comprar cabeceiras que possuem nascentes construir barragens e assim estocar agua para ser usada no periodo de seca.