Copasa opta pela lentidão e espera por chuvas

Com a velocidade de uma tartaruga, Copasa monta estrutura para bombear as águas das lagoas da HP para o rio Pardo

Depois de 12 dias, a Copasa montou apenas 19 dos 125 tubos necessários para bombear as águas das lagoas para o rio Pardo

Mais uma vez as águas do rio Pardo abaixaram. Mais uma vez a Copasa permanece inerte. Mais uma vez os políticos cruzam os braços...

Enquanto isso, o empresário Carlos Humberto Morais, proprietário da Fazenda HP, vem investindo pesado e com recursos próprios no desassoreamento de lagoas permanentes, acumulando milhões de metros cúbicos de água.

Diante disso, foi preciso a intervenção enérgica do Ministério Público, que, através do promotor José Cícero Barbosa, reuniu as principais autoridades do município e encontrou uma solução emergencial: bombear as águas das lagoas de Carlos Humberto para o rio Pardo, na esperança de que essas águas percorram os 40 quilômetros pelo rio até chegar à estação de captação da Copasa, salvando Taiobeiras de outro colapso no abastecimento, assim como ocorreu no ano passado.

Serão precisos 11 postes, mas foram instalados apenas 04

A reunião que surgiu a ideia do bombeamento das águas aconteceu no dia 23 de agosto, quando também ficou acordado que a Copasa iniciaria a montagem da estrutura imediatamente, pois se o rio secar totalmente as águas bombeadas serão sugadas pela areia.

Depois de 12 dias, na tarde dessa quarta, dia 04 de setembro, a reportagem da Folha Regional esteve na Fazenda HP e foi surpreendida pela lentidão dos trabalhos realizados pela Copasa. A montagem da estrutura de bombeamento das águas deveriam receber prioridade total, mas o que se viu foi total descaso, lentidão. A impressão é de que a Copasa está enrolado pra ver se chove e fica livre das despesas.

Copasa arrumou tubos com dimensões diferentes, mas esqueceu das conexões

Depois de 12 dias, foram instalados apenas 04 dos 11 postes de energia necessários. Dos 125 tubos necessários para levar as águas das lagoas para o rio, foram instalados apenas 19. A balsa para instalação do motor de 75cv ainda faltam peças. A fiação elétrica, sequer, foi vistoriada pela Cemig. E o pior: a Copasa arrumou tubos com espessuras diferentes, alguns de 300 milímetros e outros de 350 e 400, mas, incrivelmente, não arrumou as reduções necessárias para emendar, sendo preciso ir buscá-las próximo à Belo Horizonte. A distância entre o rio e as lagoas é de 756 metros.

Mesmo próximo do colapso no abastecimento e diante de tantas cobranças, a montagem da estrutura para bombear as águas da HP para o rio anda a passos de tartaruga. A reportagem chegou ao local às 15 horas e às 15h30min os funcionários contratados pela Copasa já haviam arrumado as bolsas e indo embora. Prioridade zero!

Ainda faltam peças para instalação da balsa

A conforme a experiência do empresário Carlos Humberto, se até o próximo dia 10 não for iniciado o bombeamento, todas as águas despejadas no rio serão perdidas. “O rio cortou em vários locais e já existem muitos poços vazios, portanto, o bombeamento precisa ser urgente, caso contrário as águas não chegarão à estação da Copasa em Taiobeiras”, alerta Carlos Humberto.

O promotor José Cícero já foi alertado sobre a lentidão das ações da Copasa. O prefeito Danilo Mendes, que está mais perdido do cego em tiroteio, também esteve na Fazenda HP e viu de perto o desleixo da Copasa, mas não tem forças para cobrar, muito menos para pressionar a Copasa, já que o dinheiro para construções das soleiras de nível estão em conta e nada foi feito.

Certo é que, Taiobeiras está nas mãos de São Pedro!