Depressão não é frescura
![]() |
*Por Arlen Santiago |
Hoje (07 de abril) é comemorado o Dia Mundial da
Saúde. A data foi criada há 67 anos, com o intuito de conscientizar a população
a respeito da importância de manter o corpo e a mente saudáveis, de preservar a
saúde. A cada ano, um tema é escolhido para ser debatido e divulgado, uma
espécie de alerta sobre os riscos de determinadas doenças e uma maneira de
ensinar sobre a prevenção delas. Em 2017, a abordagem será a depressão.
O tema é delicado, cercado de preconceitos e mitos, e
certamente não faz parte dos nossos assuntos prediletos, mas é importante saber
que a depressão é uma doença. Não é preguiça, nem tristeza e muito menos
frescura, daí a necessidade de ter conhecimentos que ajudem a preveni-la e a
tratá-la.
Por ano, 322 milhões de pessoas são atingidas pelo
que vem sendo considerado como o mal do século. De acordo com dados da
Organização Mundial de Saúde (OMS), referentes a 2015, no Brasil, 5,8% da
população sofre com esse problema, que afeta um total de 11,5 milhões de
brasileiros, e nosso país é o mais afetado da América Latina, ficando atrás
somente dos Estados Unidos. Outro fator preocupante é que o suicídio foi a
segunda maior causa de morte em 2015.
Com o lema “Let's talk” (“Vamos conversar”, em
português), a iniciativa busca mostrar que há formas de prevenir a depressão e
também de tratá-la, considerando que ela pode levar a graves consequências,
sendo a principal causa de incapacidade em todo o mundo e contribuindo para a
carga global de doenças.
Apesar de existirem tratamentos eficazes conhecidos
para depressão, menos da metade dos afetados no mundo recebe os devidos
tratamentos. Os obstáculos ao tratamento eficaz incluem: falta de recursos,
falta de profissionais treinados e o preconceito associado aos transtornos
mentais. A avaliação imprecisa é outro fator que contribui para que a doença
não seja descoberta. A boa notícia é que a medicação contra a depressão
apresenta bons resultados, e muitas vezes ela sequer é necessária. Com
assistência psicossocial ou medicação, milhões de pessoas poderiam começar a levar
uma vida normal.
Os programas de prevenção reduzem significativamente
a incidência da depressão. Entre as estratégias comunitárias para prevenir essa
condição estão os programas escolares que promovem um modelo de pensamento
positivo entre crianças e adolescentes. Intervenções direcionadas aos pais de
crianças com problemas comportamentais podem reduzir os sintomas depressivos
dos pais e melhorar os resultados dos filhos. Os programas de exercício para
pessoas idosas também podem ajudar.
Infelizmente, boa parte dos pacientes demora a buscar
e receber ajuda efetiva e outros só buscam tratamento após insistência de
familiares e amigos, às vezes somente após uma grave crise, como uma tentativa
de suicídio, portanto, se você percebe que não está bem, ou conhece alguém que
não está, busque ajuda de um profissional. Conversar abertamente é o primeiro
passo para entender melhor o assunto e reduzir o estigma associado à doença.
*Arlen Santiago é médico e deputado estadual pelo PTB
Lembro-me muito do Arlen - no tempo do choque de gestão e do subsídio .. e aquela votações com o Aécio e Anastasia
ResponderExcluir