Delegado de Rio Pardo está preso em Belo Horizonte

Luís Cláudio responde por improbidade administrativa e possível obstrução de justiça

Desde a última terça (05/06) que a justiça determinou a prisão do delegado da Polícia Civil, Luís Cláudio Freitas do Nascimento, até então, responsável pela delegacia de Rio Pardo de Minas. A prisão preventiva foi expedida pela Comarca da cidade e cumprida pela Corregedoria da Polícia Civil, que o encaminhou para a Casa de Custódia da Polícia Civil em Belo Horizonte.

A reportagem do Jornal Folha Regional apurou junto a uma fonte em Rio Pardo de Minas que o delegado responde por várias denúncias, sendo que uma delas foi por ter viajado em um carro clonado para o Rio de Janeiro, onde foi flagrado em uma blitz. O carro de luxo teria sido apreendido em Rio Pardo de Minas e o delegado teria usado o veículo para viajar.

Em outra denúncia, o delegado é acusado de não cumprir os plantões da Polícia Civil, para isso, ele deixava um assessor fazendo as vezes de delegado. Outra acusação é que o delegado usava uma funcionária cedida pela Prefeitura Municipal para fazer seus serviços domésticos, inclusive, em depoimento, a servidora declarou que ao invés de trabalhar na delegacia, por vários meses ficou prestando serviços na residência do delegado.

No último mês de outubro, Dr. Luís Cláudio chegou a ser afastado do cargo a pedido do Ministério Publico, que ainda o acusa de vários outros atos ilícitos, como prisões ilegais, extravio de inquérito, liberação de presos em flagrante e até arquivamentos irregulares. Ele conseguiu retornar ao trabalho, mas depois se afastou para tratamento médico.

Folha Regional também apurou junto a uma fonte que o delegado é acusado de ter retirado um documento do processo. Ele teria pegado o próprio processo para xerox, ocasião em que uma prova teria desaparecido. A mesma fonte do Folha Regional informou que esse seria um dos fatores determinantes para a expedição da prisão preventiva.

Em nota, a Polícia Civil explicou que a Corregedoria vem atuando junto ao Ministério Público para apurar o caso e "sendo comprovado autoria e materialidade, ao final das apurações, caso seja necessário, haverá punições rígidas".

A defesa - O advogado de defesa do delegado, Bruno Dias Cândido, em declaração à Imprensa, explicou que a prisão de Luís Cláudio foi baseada em uma ação penal movida pelo Ministério Público Estadual. Ele afirmou ainda que as acusações constantes nesta nova ação são "basicamente as mesmas presentes na ação de improbidade administrativa".

"Nós entendemos que esta prisão seja infundada, uma vez que o próprio Tribunal já se posicionou e o recolocou no cargo. Então, não vemos motivos para manter esta prisão preventiva", disse o advogado, que já adentrou com um pedido de revogação da prisão preventiva.