Ibama está prestes a conceder licença para mineroduto da SAM na região

Traçado do mineroduto será de 482 quilômetros

Foi debatida em audiência pública na cidade de Grão Mogol a atualização do EIA/RIMA do Projeto Vale do Rio Pardo, considerado o maior projeto de mineração a céu aberto do Norte de Minas e o segundo maior mineroduto do Brasil, de 482 km. O projeto é da empresa Sul Americana de Metais S/A – SAM, que está prestes a obter a licença prévia do IBAMA, que atesta a viabilidade ambiental do empreendimento.

A nova atualização do projeto traz uma expansão na estrutura e na exploração mineral. A construção da mina para extração do minério de ferro está no município de Grão Mogol, local onde o minério será também beneficiado, e a construção do mineroduto atravessará 21 municípios (veja mapa).

A SAM já tem a outorga, ou seja, o direito de uso, de 6.200 mm³/hora de água da Barragem de Irapé. O valor representa 14% de toda a capacidade de cessão da água da barragem, que está instalada no rio Jequitinhonha.

Através do então governador Antonio Anastasia, a SAM obteve o Decreto de Utilidade Pública (DUP) para avançar com o projeto. No decreto, Anastasia declarou como utilidade pública a área que será utilizada para a construção do mineroduto, que cortará nove municípios da região: Grão Mogol, Padre Carvalho, Fruta de Leite, Novorizonte, Salinas, Taiobeiras, Curral de Dentro, Berizal e Águas Vermelhas.

Movimentos sociais reclamam

Para os movimentos sociais, especialmente o MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) a atualização do EIA/RIMA do Projeto Vale do Rio Pardo “aumentará ainda mais os seus impactos, colocando em risco todo o abastecimento de água da região”.

Entidades ambientais apontam que o empreendimento vai afetar povos tradicionais da região, conhecidos como Geraizeiros, que dependem do cerrado vivo para sua reprodução. “O licenciamento não leva em consideração que o projeto vai iniciar um processo de desertificação na região, pelo uso e contaminação dos solos e dos mananciais”, afirma Alexandre Gonçalves, agrônomo e membro da Comissão Pastoral da Terra, uma das muitas entidades que lutam contra o empreendimento na região.

O Ministério Público Estadual (MPE) entrou com uma ação civil pública solicitando a suspensão do licenciamento ambiental da SAM em abril de 2014, apontando diversas estratégias utilizadas pela empresa para burlar impedimentos na legislação ambiental.

O MAB também têm feito denúncias ao Ibama e ao Ministério Público. “Tememos um verdadeiro crime socioambiental, com violações sistemáticas dos direitos humanos. A forma intensiva de exploração mineral é um ataque à soberania, levando nossa água e nossa biodiversidade pelos canos”, Elane Rodrigues, coordenadora estadual do MAB. 

Comentários

  1. Esta aí mais um absurdo político, temo eu que que este mineroduto será mais um fracasso da população do Norte de Minas se não se unirem contra este projeto, a falta d'água no Brasil deveria servir de lição para estes políticos que o mineroduto não é viável, ainda mais numa região como a nossa que sofre com a seca, além de inúmeros prejuízos a saúde e vida do meio ambiente que também é a nossa. Acorda povo de Minas vai cometer o mesmo erro de novo? deixando as mineradoras sugar nossas riquezas ?

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  2. estranho !!! com essa falta de água no país e um projeto desses é aprovado. Por quê não transportar o minério em ferrovia ??? (fica mais caro pra SAM)

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  3. Porque essas malditas mineradoras não utilizam ferrovias,está a caminho uma nova catástrofe ambiental,à exemplo da famigerada monocultura do eucalipto,que suga a água,destrói a fauna e vai gerar riqueza em outros estados,pois a fábrica de celulose é na Bahia.

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  4. Isso realmente é o fim do Mundo, pois sofremos com a falta de água aqui no norte de minas e ai vem essa Barbaridade, Tá cabano mesmo!

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  5. Como citado acima, o ex-governador de minas gerais Antonio Anastasia, assina a liberaçao dessa tragedia, esses terroristas com certeza sao assionistas dessas empresaa de mineraçao, que aterroriza nossa minas gerais com suas ganacias pelo poder e pelo dinheiro, deixando a regiao na miseria, temos que acionar o poder maior que atende a sociedade para tetarmos acabar com esse picaretas. E aqueles que tentaram eleger o Aecio como presidente, certifiquem se esse cidadao nao esta por traz dessa barbarie, pois a vale do rio doce que privatizou foi a empresa que mais faturou em 2014 no brasil,

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  6. esse povo ta tudo louco... surtaram de vez.... com tanta falta de agua.... não pensam no povo... injustiça.... vamos reivindicar....

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  7. Precisamos fazer alguma coisa, gente. A empresa tem a outorga sobre o uso da água, mas, não me conformo em ver uma região, marcada pela escassez de chuva, tendo o recurso mais precioso ameaçado em prol de um minério de baixo teor de ferro e, consequentemente, de mercado. Onde estão os prefeitos, os deputados, as igrejas e representações sociais do Norte de Minas? "Geração de emprego e renda" nenhuma justifica um estrago desses.

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  8. Faltam aos críticos do projeto realmente ficarem informado sobre os detalhes do projeto. O que se vê é uma massa crítica que não teve nem a ousadia ou interesse de ler o EIA/RIMA do projeto.

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  9. Sou extremamente a favor do projeto.Esses movimentos que verificamos são massas de manobra que obedecem interesses políticos escondidos. A falta de água é um problema permanente e não somente de agora. Sou a favor de um desenvolvimento monitorado e sustentável, onde um ousado projeto como esse tem que sim, vir para nossa região, onde o progresso está atrasado a décadas. Desejo que os muncípios da região avancem e que os nossos filhos não necessitem mudar de cidades para consequirem melhores condições de trabalho e renda.

    Não sou terrorista e muito menos capitalista. O que eu quero é que esse projeto se instale e gere renda e desenvolvimento para a região. e que a comunidade e os órgãos licenciadores atue junto a sociedade civil.

    E outra coisa...na audiência pública o mesmo grupo que diz atuar em defesa do meio ambiente é o mesmo que foi flagrado jogando o lanche no chão (sacos plásticos, embalagens de suco e outros lixos) e o mesmo que se vê comprando terras de pequenos produtores de terra que serão atingidos pelo projeto. Eu acho é muita hipocrisiaaaaaaaaaaaa. Acordaa meu povo!

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    Respostas
    1. muito bem falado....parebéns

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    2. Sou a favor da implantação dessa atividade desde de que cumpra os direitos trabalhistas , culturais, e ambientais.Acredito que antes de alguém se impor a essa atividade mineradora, deveria primeiro parar de usar celulares,carros, eletrodoméstico, e qualquer coisa que seja derivado do minério de ferro,e acredito ainda que essas pessoas que se impõe não fazem nem se quer sua função social e ambiental nos municípios.

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