Março é mês de preparar a silagem para alimentar o gado durante a seca
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Silagem de sorgo através do Sistema de Integração Lavoura-Pecuária com plantio em consórcio, junto com capim. |
Por Thiago Fernandes
As chuvas do início do ano recuperaram boa parte das
pastagens e ajudaram os pecuaristas a alimentar o rebanho. Mas o momento também
é de preparo para enfrentar os meses de estiagem que não demoram a chegar.
De acordo com o coordenador técnico de Bovinocultura
da Emater-MG, José Alberto de Ávila, nesta época do ano a capacidade de
produção pecuária é maior em razão do regime de pasto. “O período de chuvas favorece o
regime de pasto, com um custo de produção mais barato. A dúvida é daqui a 90 ou
120 dias, quando o pasto cai de qualidade e o produtor depende de suplementação
com a utilização da silagem. Por isso é importante planejar a produção”,
destaca.
A silagem é uma forragem – capim, milho, sorgo, etc –
que é cortada, compactada, vedada e armazenada em silos para fermentação.
Quando bem feita, o valor nutritivo da silagem é semelhante ao material de
origem. Na época de seca, ela pode substituir o pasto e, por isto, é conhecida
como suplementação volumosa.
Março é o mês que se intensifica a processo de
silagem, com produção do material volumoso que foi plantado para esta
finalidade. O processo de ensilagem vai do corte até a proteção do silo. Nesta
fase, é preciso preservar ao máximo a qualidade da forragem produzida.
“Para preparo da ensilagem, o produtor
precisa estar atento ao ponto de corte, pois a qualidade da silagem depende da
correta determinação do momento de corte. No caso do milho, a planta deverá
apresentar teor de matéria seca na faixa de 30 a 35%. Já no corte para
ensilagem, a picadeira deve estar bem regulada e com as navalhas sempre em boas
condições para proporcionar uma boa picagem do material. O tamanho da partícula
ideal é de 0,5 a
1,5 cm ”,
explica o coordenador da Emater-MG.
De acordo com Ávila, a compactação da silagem é uma
operação de grande importância. O objetivo é expulsar o ar do interior da massa
verde que está sendo ensilada, conseguindo um ambiente anaeróbico (sem
oxigênio). A ação visa obter fermentação desejável (alta produção de ácido
láctico). Quando o material se apresenta no ponto ideal de ser ensilado, a
compactação bem preparada proporciona uma densidade de silagem da ordem de 650 a 700 kg/m3.
Outras questões importantes são o tempo de
enchimento, a vedação e a proteção do silo. “São etapas que impedem o retorno
de ar na massa verde e a entrada de animais. Perfurações na lona dão
oportunidade à entrada de ar ou de água de chuvas eventuais para o interior da
massa ensilada e causam perda de qualidade”, conclui.
Etapas da produção
Para obter silagem de alta qualidade é necessário
estar atento a todos os pontos básicos que se relacionam com a atividade, tanto
na fase de produção (que vai da análise de solo até o ponto de corte) como na
fase de ensilagem (que vai do corte até a proteção do silo).
Segundo Ávila, quando trabalha com o sistema de
Integração Lavoura-Pecuária (ILP) a primeira fase de produção começa entre maio
e junho. “Primeiro é recomendado fazer análise de solo do pasto e aplicação de
fertilizantes no pasto. Já em setembro é preciso retirar os animais do pasto
para a rebrota do capim e formação da palhada e em outubro fazer aplicação de
herbicida dessecante. Em novembro acontece o plantio direto do milho e em
seguida duas adubações de cobertura. É preciso ficar atento à pulverização,
para o controle de pragas. Em fevereiro retoma o processo de ensilagem”,
ressalta.
Etapas da
produção da silagem
Maio e junho – Análise de solo do pasto e
aplicação de fertilizante.
Setembro – Preservar o pasto para a
rebrota do capim e formação da palhada.
Outubro – Aplicação de herbicida dessecante.
Novembro – Plantio direto do milho e duas adubações
de cobertura.
Dezembro – Pulverização para controle de pragas.
Fevereiro e março – Colheita e ensilagem.
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