Novas técnicas impulsionam produção de manga na região
Pesquisa da Unimontes pode potencializar a cultura da
fruta na região
|
Pesquisa desenvolvida por um doutorando da Universidade
Estadual de Montes Claros (Unimontes) está mudando o manejo da cultura da
manga no Norte de Minas Gerais. A região, com área plantada de 5.200 hectares , é
uma das maiores produtoras da fruta no país e aposta em novas técnicas para
ampliar ainda mais a produtividade.
O estudo resultou na menor utilização de um regulador
vegetal, aplicado para possibilitar o escalonamento da produção durante todo o
ano, mas que também traz impacto negativo para a qualidade do solo. Agora, com
os resultados da pesquisa, a expectativa é que a produção local aumente.
“O Norte de Minas Gerais é a única região
produtora de manga do Brasil que consegue fornecer frutos de excelente
qualidade em qualquer época do ano. Para isso, é utilizada uma molécula
química, chamada Paclobutrazol (PBZ), que faz a indução floral da planta, isto
é, permite que o produtor faça a mangueira florar quando quiser”,
explica o pesquisador Moacir Oliveira.
Utilizado mundialmente para o cultivo da manga, o PBZ
tem dose recomendada de 1
grama por metro de copa de planta. O experimento
conduzido pelo doutorando da Unimontes mostrou que a redução da quantidade
aplicada é eficiente para a indução do florescimento do fruto, melhora sua
qualidade e ainda reduz os impactos no solo.
Atualmente, o Norte de Minas Gerais produz uma média
de 700 toneladas de manga por semana, das quais 120 são exportadas. A ideia é
que, com a difusão tecnológica, a produção aumente. “Em função da pesquisa, os
produtores locais já estão utilizando uma dosagem menor, que chega a 70% da
dose recomendada no período de maior incidência de calor, e 50% em épocas menos
quentes”, enfatiza Oliveira.
O PBZ regula o crescimento vegetativo da mangueira,
mas possui impactos negativos sobre o solo, reduzindo sua vida. “Ele
diminui a respiração do solo, o que prejudica todos os organismos vivos
existentes ali. Quando utilizado em menor quantidade, a molécula degrada de
forma mais rápida. Consequentemente, o solo se recupera mais rapidamente também”,
explica Oliveira.
Além de pesquisas para o manejo do PBZ de forma mais
sustentável, o doutorando conduz estudos que buscam outras opções de
reguladores que poderiam, por exemplo, ser utilizados na folha da planta, sem
trazer prejuízos ao solo. “Moléculas que são usadas no manejo da cana
de açúcar e do algodão já estão sendo pesquisadas, com resultados promissores”,
relata.
Comentários
Postar um comentário