Prefeito de Salinas decreta calamidade financeira

Além Salinas, outros 32 prefeitos vão assinar o decreto, dentre eles Curral de Dentro, Janaúba e Francisco Sá

Prefeitos endividados vão decretar calamidade financeira

Conforme a Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams), 33 prefeitos da região Norte de Minas decidiram decretar calamidade financeira, dentre eles o prefeito Kinca Dias, de Salinas, que há pouco tempo atrás era tida como uma referência no cumprimento das obrigações financeiras junto ao funcionalismo e fornecedores.

A prefeitura de Salinas está atolada em dívidas com fornecedores, especialmente do setor de saúde, onde os laboratórios não recebem há mais de um ano. Os vereadores da cidade já tentaram de todas as formas ter acesso ao rombo, que vem sendo escondido a sete chaves.

A decisão foi tomada na manhã do dia 28 de julho, quando os 33 prefeitos decidiram pela criação de um decreto conjunto de calamidade financeira. Ainda segundo a Amams, nos próximos dias o departamento jurídico irá enviar uma minuta para os municípios, onde cada prefeitura vai adequar sua realidade ao documento e publicá-lo. 

A calamidade financeira das 33 prefeituras estourou nas vésperas das eleições, obrigando os administradores a admitir que não conseguem mais pagar suas contas.

O decreto vale por seis meses e permite à prefeitura renegociar contratos e reduzir salários. A justificativa dos prefeitos é que a crise diminuiu a arrecadação de impostos e os repasses do governo federal. Por isso, a conta fica difícil de fechar.

Os prefeitos ainda cogitam paralisar o transporte escolar no retorno das férias, mas a ideia não é unânime. Na ocasião, Kinca demonstrou preocupação em deixar os alunos sem transporte escolar, pois, segundo ele, isso poderá ser explorado pela oposição no período eleitoral. Os prefeitos alegam que o Governo do Estado está protelando o repasse.

O prefeito Hermelino Malaquias, de Curral de Dentro, também concordou com o decreto de calamidade pública. Ele conta que gasta R$ 80 mil com o transporte escolar e recebe apenas R$ 35 mil do governo, sendo que o repasse está com quatro meses de atraso.

Entre as prefeituras quebradas surgiu a de Santa Fé de Minas, onde o prefeito Luiz Flávio afirmou que seu município não tem esse problema, pois faz uma gestão rigorosa e econômica.