Saúde: mobilizar é preciso
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Por Arlen Santiago |
A saúde anda mal no Brasil, especialmente porque nos
últimos 12 anos, segundo dados do Conselho Federal de Medicina - CFM, a União
deixou de aplicar R$136 bilhões no setor. Além disso, a inflação continua a
crescer e, infelizmente, os procedimentos do setor não tiveram reajustes,
acarretando em consultas médicas especializadas pagas com custo atual de R$10
pelo Sistema Único de Saúde - SUS. Exames que poderiam identificar patologias
também estão abaixo do custo, como uma retossigmoidoscopia - exame endoscópico
de alto custo que permite avaliar um possível tumor retal, ao qual o SUS paga
R$ 37; ou um parto, em que o custo é de, no mínimo, R$300 a mais do que o valor
pago pelo sistema público. Para uma cirurgia de amígdala, que depende de
cirurgião, otorrino, anestesista, auxiliar, hospital e alimentação para o
paciente e acompanhante, o valor total pago pelo SUS é de R$357. A situação
está insustentável.
Com os procedimentos abaixo do custo, mais de 90% dos
hospitais filantrópicos precisou buscar recursos em bancos e, assim, as dívidas
cresceram ainda mais. Agora, sem crédito nos bancos, estão deixando de pagar
fornecedores e profissionais médicos.
A maioria dos hospitais de municípios menores está
sem especialistas e sem vagas em Unidades de Terapia Intensiva – UTI. Muitas maternidades
também estão fechando, já que o custo tem sido maior do que o valor recebido.
Atualmente, muitos governadores, a maioria deles
perdulários, fazem mau uso do dinheiro público e conseguem o socorro do
governo, enquanto os hospitais, que possuem uma dívida estimada em
aproximadamente R$22 bilhões de reais, não conseguem apoio para oferecer saúde
de qualidade para a população.
O Ministro da Saúde, Ricardo Barros, que assumiu a
pasta há alguns meses, já tem feito um grande trabalho. No ano de 2016, a economia com os
processos do Ministério chegou a R$1 bilhão, o que possibilitou novos
credenciamentos de serviços e gerou melhoria de atendimento no valor de quase
R$150 milhões por ano, com estimativa de chegar a R$450 milhões em 2017. Além
disso, Barros aumentou o prazo para que os bancos paguem suas dívidas, o que
vai aliviar temporariamente a situação, mas não vai resolver, já que com juros
entre 1,75% a 1,97% os hospitais não conseguirão quitar os débitos.
É preciso que consigamos encontrar uma fonte para
pagar ao menos o custo dos procedimentos. Nós estamos lutando junto ao Ministro
e pedindo que o povo brasileiro, que sente as mazelas na pele, se conscientize
e faça uma ampla mobilização para o mínimo de dignidade na saúde. Como presidente
da Comissão de Saúde, continuarei fazendo audiências, ofícios, reuniões e
visitas para que o caminho seja encontrado. Vamos pressionar o governo federal.
É preciso de vontade política, mas é preciso, também, de pressão popular. Nós
parlamentares, precisamos fazer valer a vontade da população, e saúde é
prioridade para todos!
esse cara não esta com nada.......
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