Servidores da Educação protestam em São João do Paraíso
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Eles estão com dois meses de salários atrasados. Estado deve R$ 6,2 milhões para a Prefeitura. |
Na segunda (29/10) os profissionais da rede
municipal do setor de Educação de São João do Paraíso iniciaram uma paralisação
nos trabalhos para protestar contra o atraso dos pagamentos. Ninguém da
Educação recebeu o mês de setembro e hoje, dia 30, vence o mês de outubro. “Ninguém
aguenta ficar dois meses sem receber. Além de ganharmos pouco, estamos sofrendo
muito com os atrasos”, lamenta Cristiane Santos, Diretora
Administrativa do Sind-União, representante dos servidores municipais.
Os manifestantes percorreram as principais
ruas da cidade e protestaram em frente à Prefeitura Municipal, ao Fórum da
Comarca e na Câmara Municipal. A caminhada foi com faixas, cartazes e muita
indignação. “Primeiro fizemos a paralização para alertar a Administração, agora
estamos em greve parcial, pois todos os servidores estão trabalhando apenas
meio período”, explica Maurício da Silva, presidente do Sind-União.
A intenção do Sindicato é adentrar com uma
Representação no Ministério Público acusando os vereadores e a Administração da
cidade de omissão, isso se a situação não for resolvida nos próximos dias, já
que os atrasos vem ocorrendo desde o mês de julho.
Os servidores ainda questionam os gastos
excessivos da Administração Municipal na realização de festas e da inércia dos
vereadores em fiscalizar o Executivo.
Versão da Administração
A reportagem do Jornal Folha Regional fez
contato com José Aparecido, popular Cidinho, responsável pelas Finanças da
prefeitura, que admitiu situação financeira caótica nas contas públicas. “O Estado
de Minas Gerais deixou de repassar os recursos que a Prefeitura tem direito e
isso agravou as finanças do município”, lamenta Cidinho.
Apenas com o FUNDEB, o Estado deve R$ 1,5
milhão para a Prefeitura de São João do Paraíso. “É por isso que os salários dos servidores
estão atrasados. No início do ano, a Prefeitura chegou a pagar os funcionários
da Educação e o Transporte Escolar com recursos próprios, mas chegamos ao
limite e não tem recursos mais”, esclarece Cidinho.
Além de não repassar os recursos do FUNDEB, o
Governo de Minas ainda confiscou R$ 4,5 milhões do setor de Saúde do município
e R$ 200 mil da Assistência Social.
Para tentar amenizar a situação, a prefeita
Mônica Mendes se comprometeu com o Sind-União que, caso o Governo repasse os
recursos do ICMS, estes serão somados ao FPM para pagar o mês de setembro,
sacrificando assim outros compromissos da Administração em prol dos servidores.
Conforme o tesoureiro Cidinho, assim que o
Governo de Minas regularizar os repasses do FUNDEB a folha será quitada
imediatamente. Segundo ele, a prefeita, vice-prefeito, secretários e todos os nomeados
também estão sem receber o salário de setembro. “Achamos que não é justo recebermos
antes que todos os servidores recebam”, declarou.
Em nota, a prefeita Mônica Mendes informou
para o Jornal Folha Regional que esteve em Belo Horizonte cobrando os repasses
atrasados e que já entrou com uma Ação Judicial contra o Estado. “Estamos
lutando para que nosso município não fique no prejuízo e que o Governo garanta
os direitos do nosso povo”, declarou a prefeita.
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