Sete pessoas foram presas em operação contra clínica clandestina
Operação envolveu órgãos municipais, Ministério Público e policias Civil e Militar. |
A
Polícia Civil de Taiobeiras informou que sete pessoas envolvidas com a clínica
clandestina, usada para a teórica reabilitação de dependentes químicos, foram
presas em flagrante durante operação conjunta realizada na terça-feira (17/09).
Os
acusados têm idades entre 34 e 48 anos, incluindo proprietários e funcionários da
clínica. Matéria da operação aqui.
As
investigações começaram após diversas denúncias de irregularidades praticadas
no estabelecimento, que estaria funcionando de maneira ilegal, e também de
maus-tratos contra os pacientes.
Uma
das clínicas funcionava em um sítio alugado na comunidade de Lagoa Grande, zona
rural de Taiobeiras, onde os policiais tiveram que escalar um muro com cerca de
3,5 metros para acessar o imóvel, já que não foram atendidos quando solicitaram
a abertura do portão.
Entre
as pessoas internadas, os policiais encontraram dependentes químicos e
deficientes físicos e mentais, todos vivendo em situação precária e condições
degradantes; algumas, inclusive, com sinais de agressões, conforme a Polícia
Civil.
Para
piorar a situação dos responsáveis pelas clínicas, as vítimas relataram que
estavam passando fome e ainda foram impedidas de deixar o local. Os internos disseram,
ainda, que eram ameaçados e coagidos a não relatar aos familiares sobre as
agressões.
Segundo
a delegada regional da Polícia Civil, Lílian Cales, um dos internos contou que
foi agredido, no mesmo dia em que chegou ao local, pelo grupo de apoio ao
paciente. A agressão resultou em dores no corpo e hematomas. Por isso, conforme
explicou, teria ficado 20 dias sem ter contato com os familiares para que eles
não percebessem as agressões. O paciente relatou também a existência de um
“quarto do pensamento”, onde ficavam presos, por isso, os acusados também poderão
responder pelo crime de cárcere privado.
As
apurações apontam que 40 internos dormiam em um quarto e 20 no outro, sem
conforto algum. Na clínica, havia ainda uma ala feminina na qual as mulheres
eram mantidas separadas. Elas contaram que também eram agredidas e dopadas com
medicações, bem como sofriam maus-tratos. Além disso, afirmaram que ninguém
poderia sair do local, e, se tentassem, eram punidas com tapas, chutes, socos e
até pauladas.
De
acordo com os levantamentos, as famílias dos internos pagavam em torno de R$
1,2 mil a R$ 1,4 mil para que permanecessem na clínica, e, caso houvesse quebra
de contrato, ou seja, se a família resolvesse tirar o parente, a multa era de
R$ 3 mil.
Além
das prisões em flagrante, o local foi interditado. Os usuários ficaram sob a
responsabilidade dos órgãos municipais, que direcionaram alguns para suas
respectivas cidades, outros foram entregues aos familiares. Todos os suspeitos
foram encaminhados ao sistema prisional e estão à disposição da Justiça.
Só acho absurdo a lei proibir a divulgação dos nomes dessas pessoas! Proteção pra eles?
ResponderExcluirMoreira meu vereador #22.222
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