Advogados tentam libertar Ivonei

Ex-diretor do Iter-MG, Ivonei Abade, está preso desde o dia 20 por suspeita de facilitar a venda de terras griladas

Os advogados do ex-diretor geral do Instituto Estadual de Terras (Iter-MG) Ivonei Abade Brito, preso anteontem por suspeita de facilitar a venda de terras griladas, entraram ontem com pedido de habeas corpus. Os defensores alegam que Brito teria sido detido injustamente. Até a noite de ontem, o desembargador da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Reinaldo Portanova, não tinha um parecer sobre o pedido.

Ivonei Brito e outras oito pessoas foram presas na operação Grilo, realizada anteontem pela Polícia Federal e o Ministério Público Estadual (MPE). A ação desarticulou uma quadrilha suspeita de causar um prejuízo de pelo menos R$ 250 milhões ao Estado pela venda de terras públicas e crimes de corrupção, principalmente no Norte de Minas. Os terrenos eram regularizados e vendidos por "laranjas" a mineradoras.

De acordo com o advogado de Ivonei Abade, Farley Soares Menezes, a prisão de seu cliente foi um equívoco. "O Ivonei assumiu o instituto em 22 de fevereiro deste ano, meses após as denúncias de irregularidades no Iter", afirmou.

Além de Abade, foram presos o diretor fundiário do Iter, Antônio Carlos Quaresma, Evandro Carvalho (responsável pelo instituto em Rio Pardo de Minas), Maria Nilza Barbosa (responsável pelo cartório de imóveis de Serranópolis de Minas), Breno Rodrigues Mendes (engenheiro florestal em Taiobeiras), Douglas Moisés Quintiliano (ex-policial civil), além de outros três homens, detidos em Curvelo e Divinópolis.

Afastamento - A operação levou à exoneração dos dois ex-diretores do Iter detidos anteontem. O mesmo ocorreu com o agora ex-secretário extraordinário de Regularização Fundiária Manoel Costa (PDT), acusado de legitimar as terras.

Ontem, o governo de Minas informou que não tinha nenhum substituto para a secretaria nem previsão de nomeação. O desligamento de Manoel Costa foi publicado no Diário Oficial de anteontem, antecipando a operação Grilo. Apesar da determinação do governo, até a noite de ontem, o nome dos envolvidos ainda constavam nos sites oficiais.

Na operação, também foram afastados os prefeitos de Indaiabira e Vargem Grande do Rio Pardo, respectivamente, os irmãos Marcus Tácito Penalva Costa e Virgílio Penalva Costa.

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