Vale na mira da Polícia Federal
Empresa pagava valores superestimados por terras oferecidas pelos grileiros. A documentação dos terrenos era facilitada por servidores estaduais
Um esquema de transferência de terras públicas que envolvia grileiros, servidores estaduais e mineradoras é alvo de operação da Polícia Federal (PF) nesta terça-feira
De acordo com a PF, para alcançar os objetivos de venda de terras, a organização cometeu uma série de crimes, como falsificação de documentos públicos e particulares, falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. As investigações comprovaram que terras públicas no Norte do estado estavam super valorizadas em razão de autêntica “corrida do ouro” ou do “minério de ferro”. Os responsáveis pela “atividades especulativo-criminosas” são grupos liderados especialmente por mineradoras, empresas de exploração florestal, Cooperativas de Silvicultores e por grileiros de terras que se passam por corretores de imóveis.
Segundo as investigações, a empresa Vale do Rio Doce teria apontado terras para serem desapropriadas. Os diálogos telefônicos colhidos em razão de autorização judicial confirmam que, em conluio e sob patrocínio das empresas, os grileiros, sob a capa de empresários e corretores, dedicam-se a ‘arranjar’ a documentação utilizadas nas fraudes e a proceder invasões de terras.
A Polícia Federal apontam pagamentos feitos pela Vale a integrantes da quadrilha. Um deles no valor de R$ 32 milhões e outro de R$ 41 milhões.
A Vale alega que adquire terras “nos mais rigorosos critérios éticos” e que, na região, “não identificou irregularidade.” A empresa também diz que “desconhece o inquérito, não tendo sido convocada para prestar esclarecimento”.
Operação
A ação, denominada “Grilo” cumpre mandados de busca, apreensão e prisãoem Belo Horizonte , Oliveira, Divinópolis, Rio Pardo de Minas, Salinas, Serranópolis de Minas, Taiobeiras, Janaúba, Curvelo. São 22 ordens para recolhimento de documentos e 10 para prender os envolvidos. De acordo com a PF, as penas máximas aplicadas aos crimes praticados pela quadrilha ultrapassam os 30 anos.
A ação, denominada “Grilo” cumpre mandados de busca, apreensão e prisão
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