Justiça anula eleição da Câmara de Berizal
Decisão determina a realização de nova eleição para
presidente da Câmara
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Votos foram apurados pelos próprios vereadores |
O juiz de plantão, Eliseu Silva, da Comarca de Janaúba,
através de Liminar, anulou a eleição para presidente da Câmara Municipal de
Berizal, realizada no último dia 1º de janeiro. Ele alegou que o vereador
Vilson Santos, que presidiu a realização da eleição, desrespeitou frontalmente os
princípios da moralidade, legalidade e impessoalidade que devem nortear a
conduta de agente público, comprometendo assim a lisura do processo de eleição
da mesa diretora da Câmara Municipal.
Na decisão, o juiz disse que, não bastasse a controvérsia
sobre a anulação de um dos votos, sob protesto prévio, não foi assegurada ao
vereador Derno da Serra, portador de deficiência visual, a isonomia no livre
exercício do direito de voto.
Com isso, o juiz anulou a eleição e determinou que seja
realizada nova votação imediatamente, quando deverá ser dada oportunidade para
o vereador Derno da Serra ser auxiliado na votação por pessoa de sua confiança.
O juiz determinou ainda que sejam nomeadas pessoas não
integrantes de ambas as chapas para apuração dos votos.
Entenda o caso
No dia 1º, os novos vereadores eleitos e os reeleitos
de Berizal se reuniram para escolher a presidência da Câmara Municipal. Conforme
o Regimento Interno, a eleição deve ser feita por voto secreto, assinalado em
uma chapa impressa. Com isso, o vereador Derno da Serra, que possui problema na
visão, se tornou o pivô da grande polêmica, já que não tem condições de
enxergar a cédula de votação e foi impedido de declarar o voto.
A base governista, composta por 5 vereadores,
inclusive o Derno, tentou de todas as formas um consenso para permitir a
declaração espontânea do voto, mas sem sucesso. O advogado da Câmara, Sidney
Alves, argumentou que o Regimento prevê voto secreto e por isso não poderia ter
outro tipo de votação.
Depois
de muitas articulações e sem acordo no tipo de votação, duas chapas foram
lançadas, uma encabeçada por Vilson Santos, da oposição, e outra por Joaquim Mendes,
da situação. Ao final, como já era previsto, um dos votos foi anulado, pois o
“X” foi assinalado fora do quadro e o resultado terminou em 4 X 4. Como Vilson
é mais velho de idade, acabou ficando como presidente naquele momento.
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