Acordo assegura cestas básicas para famílias carentes e melhorias em centro de internação de menores
Recursos são oriundos de multa a uma fazenda de feijão que mantinha trabalhadores em condição análoga à de escravo |
O Ministério Público do Trabalho (MPT)
viabilizou a destinação de R$ 100 mil em prol de famílias carentes do município
de Buritizeiro e para melhorias estruturais no Centro Socioeducativo de
Pirapora (CSEP). O recurso está assegurado em um acordo judicial firmado entre
o MPT, uma empresa agrícola e seus quatro responsáveis, investigados por manter
trabalhadores em condição análoga à de escravo em uma fazenda produtora de
feijão.
Do valor total, R$ 50 mil serão repassados ao
projeto de segurança alimentar Mesa Brasil do Serviço Social do Comércio de
Minas Gerais (Sesc-MG), que fará a distribuição de cestas básicas para famílias
vulneráveis da região de Buritizerio. O restante da verba será revertido ao
centro de internação.
"A destinação propiciará contribuição para
construção de quadra poliesportiva, salas de aula e reforma do prédio, além de
oferta de cursos profissionalizantes e outros equipamentos para o CSEP, para
melhoria da condição de vida dos adolescentes ali internados",
explica a procuradora do Trabalho que propôs o acordo, Cibele Cotta Cenachi
Napoli. A transferência do recurso foi autorizada pelo juiz Ordenísio Cesar dos
Santos, da Vara do Trabalho de Pirapora.
O acordou fixou também aos responsáveis pela
ré o pagamento de indenização de R$ 5 mil para reparação de dano moral
individual aos trabalhadores resgatados na propriedade rural. Outras obrigações
de abster-se de realizar intermediação de mão de obra de empregados aos reais
empregadores e recrutar trabalhadores por meio fraude, engano, coação ou outros
meios terão que ser cumpridas. Em caso de descumprimento de algum compromisso,
a multa de diária é de R$ 1 mil.
Por fim, está mantida a decisão
liminar, obtida pelo Ministério Público do Trabalho em uma ação civil
pública (ACP), que impõe aos réus uma série de obrigações para coibir o
trabalho análogo ao de escravo.
Saiba
mais -
A fazenda onde ocorreu o resgate de trabalhadores foi alvo de uma ação fiscal
entres os meses de outubro e novembro de 2019. À época, 47 pessoas, sendo um
menor, foram encontradas em situação análogas à de escravo no cultivo de feijão.
Além disso, outras diversas irregularidades,
com precariedade dos alojamentos e a falta de fornecimento de alimentação, de
água potável, bem como de armários individuais para a guarda de pertences
pessoais, foram constatadas durante a inspeção.
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