Bula da Pfizer alerta para riscos em gestantes

Ministro da saúde e senador batem boca na CPI sobre alertas na bula da Pfizer. Detalhe: Taiobeiras aplicou essa vacina em suas gestantes. Foto: Senado Federal

O ministro de Saúde, Marcelo Queiroga, e o senador Otto Alencar (PSD-BA) discutiram durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, nesta terça (08/06) sobre a aplicação da vacina Pfizer em gestantes. Conforme o senador, que é médico, a bula proíbe a aplicação, ocasião em que o ministro respondeu não ter lido a bula.

Na bula da vacina tem os modos de usar, posologia, efeitos colaterais, e o senhor não fez isso, ministro. Devo dizer que o ato mais irresponsável que o ministro da Saúde pode fazer é determinar a aplicação da vacina sem ter conhecimento dos efeitos colaterais", disse o senador Otto Alencar.

O ministro se irritou com as declarações do senador e rebateu: "Vossa excelência não pode querer desqualificar a autoridade sanitária do Brasil por ter lido ou não a bula da vacina".

O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), leu o trecho da bula sobre gestantes: “É um medicamento classificado na categoria B de risco de gravidez, portanto esse medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica”.

Outra polêmica é em relação ao prazo para aplicação da 2ª dose da Pfizer. A bula diz que a aplicação deve ocorrer em 21 dias após a 1ª dose, enquanto que o Ministério da Saúde tem recomendado o intervalo de 12 semanas. 

Gestantes de Taiobeiras receberam vacina Pfizer 

Campanha para aplicar a vacina Pfizer nas gestantes de Taiobeiras ocorreu no dia 02 de junho. Foto: Ascom

Mesmo com a recomendação explícita na bula da vacina Pfizer, a Secretaria de Saúde de Taiobeiras aplicou o imunizante em suas gestantes. A campanha para aplicar a Pfizer nas grávidas da cidade foi iniciada no último dia 02 de junho, no PSF do Centro. Além das gestantes, as mulheres no período pós-parto (puérperas) também receberam a vacina.

Folha Regional questionou o secretário de Saúde de Taiobeiras, Eduardo Silva, sobre o assunto. “Não recebemos nenhuma nota informativa do Ministério da Saúde ou da Secretaria de estado sobre isso. Inclusive a recomendação é vacinar gestantes com a Pfizer, pois a AstraZeneca estava contra indicada para gestantes”, disse o secretário.

A reportagem questionou ao secretário a quantidade de mulheres grávidas que receberam a vacina na cidade, mas ainda não obteve resposta. (Sujeito a atualização).

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