O Papa, a Política e São João do Paraíso
*Por Maria
Aparecida Alves da Silva
A vinda do papa Francisco à Jornada Mundial da
Juventude, no Brasil, e o momento que São João do Paraíso vive tem em comum um
sentimento de renovação e esperança.
O pontífice assume a Igreja Católica em tempos de crise
religiosa: perda de fiéis e denúncias de abuso envolvendo seus membros são
sentidos em todo o mundo. Fortalecer a igreja será um dos seus principais
desafios.
Ao mesmo tempo, São João passa por um dos tempos mais
duros da sua história política. Em quatro anos, a cidade já teve três
prefeitos, esteve envolvida em denúncias de corrupção, desvio de verbas e
cassações. Com sua imagem manchada, o município perdeu recursos e
investimentos. O desemprego é o reflexo mais preocupante dessa crise. A saída
para muitos trabalhadores é procurar emprego em outras regiões do país. O
resultado é uma cidade cada vez mais vazia.
Nas eleições suplementares realizadas em abril deste
ano, a população escolheu um novo prefeito, Antônio de Oliveira Pinto, o “Dr.
Antônio”. Ele enfrenta o desafio de fazer mais com menos, mesmo com a
prefeitura sem recursos e cheia de dívidas, a nova administração precisa
fazê-la voltar a funcionar.
Francisco, um papa marcado pelos gestos de humildade,
veio ao Brasil trazer “esperança” a um país que exigiu ser ouvido nas ruas. Com
essa mesma “esperança”, o povo de São João do Paraíso, uma cidade que tem a fé
como um dos seus principais pilares, através do seu voto, deposita na atual administração
o sonho de ver a cidade voltar a caminhar, se renovar.
Igreja e cidade compartilham a mesma fé de viver
tempos melhores. Que a vinda do papa Francisco possa fortalecer esse espírito
de “renovação e esperança” que São João e a Igreja Católica tanto precisam.
Oremos.
*Cida Silva é natural de São João
do Paraíso. Atualmente reside em São Paulo, onde é Executiva de Contas da Folhapress
- Agência de notícias do Grupo Folha
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