Taiobeirense estreia na maior corte eleitoral do Brasil

Edilene Lôbo foi nomeada pelo presidente Lula e tomou posse defendendo as minorias.

A 1ª magistrada negra da história do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a ministra Edilene Lôbo participou, nesta quinta (28/09), de sua primeira sessão plenária na Corte, ao substituir o ministro titular André Ramos Tavares pela classe dos juristas.

Na abertura da sessão, o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, deu as boas-vindas à nova ministra. “É uma honra para todos nós termos aqui a eminente professora e jurista que, ao longo de toda sua trajetória, exerceu com competência, inteligência e firmeza a sua carreira jurídica. Temos a absoluta certeza de que muito agregará ao TSE. Seja bem-vinda, ministra Edilene Lôbo”, disse Moraes, lembrando ainda que a ascensão da advogada ao posto simboliza o respeito pela diversidade e pelas mulheres.

A posse da taiobeirense na Corte foi considerada um momento histórico para a Justiça Eleitoral e para o Brasil, pois é a primeira mulher negra como ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

No discurso de posse, Edilene afirmou que a chegada de uma mulher negra ao TSE, mais do que inspiração, é um caminho para permitir que se pense, se reflita e se busque a inclusão de meninas e mulheres nos espaços de poder. A ministra afirmou ser um orgulho, mas também uma grande responsabilidade ser a primeira mulher negra a ocupar uma cadeira na Corte máxima da Justiça Eleitoral. “Este lugar e esta missão são a um só tempo resultado e ponto de partida de lutas históricas de grupos minorizados para vencer uma herança estrutural de desigualdade de oportunidades que precisa ser superada em nossa nação”, disse a ministra taiobeirense.

Quem é Edilene Lôbo?

A advogada, natural de Taiobeiras, Edilene Lobo, é doutora em Direito Processual pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) e mestre em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Leciona como professora do curso de Direito na Universidade de Itaúna, na região Central de Minas.

A nova ministra também atua como docente convidada da pós-graduação em Direito Eleitoral da PUC Minas e é autora de livros e diversos artigos jurídicos. Ela tem experiência nas áreas de Direito Processual Civil, Penal e Eleitoral; e Direito Administrativo, Eleitoral e Constitucional.

Ela obteve o título de mestre em direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 2001, após defender a dissertação de mestrado do Processo de Cassação dos Agentes Políticos Municipais.

Atualmente, Edilene é professora convidada da Universidade de Sorbonne (França), onde leciona sobre democracia, direitos políticos, eleições e milícias digitais na América Latina; atua como doutora em Processo Civil, bem como membro da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político.

Advogada lembrou de sua infância em Taiobeiras durante o discurso de posse.