Saúde e Justiça
Artigo do médico e deputado estadual Arlen Santiago |
A
situação da saúde pública de Minas Gerais é tão grave que a justiça foi
acionada. A atitude da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos de
Minas Gerais (Federassantas) surgiu como última alternativa para a resolução
de, pelo menos, uma parte dos problemas enfrentados por hospitais,
profissionais da área e pela população, já que as audiências e os inúmeros
pedidos de socorro foram em vão.
Os
hospitais públicos e filantrópicos passam por situação precária, há falta de
medicamentos, o número de funcionários é insuficiente, o atraso nos salários
dos médicos e no pagamento de fornecedores é cada vez maior, há redução nos
serviços prestados e por aí vai. As obrigações do governo estadual não estão
sendo cumpridas e os municípios mineiros não estão conseguindo custear as
demandas da saúde.
Sendo
assim, a ação civil pública da Federassantas, que representa mais de 300
hospitais que prestam atendimento pelo SUS, é uma tentativa de receber com
urgência os recursos financeiros estaduais previstos na Constituição da
República. Além disso, a Federação almeja que a União retenha o recurso do
fundo de participação do estado e que não entregue os recursos federais no
caixa único e sim no fundo estadual de saúde.
Sabe-se
que existe um desequilíbrio financeiro no estado e que a dívida total do
governo com o setor é superior a R$ 5 bilhões. A justificativa sempre é: não há
recursos, há crise financeira. Mas há uma discrepância nisso tudo, pois para
produzir e veicular propagandas exaltando os “seus feitos” e comerciais
mostrando situações opostas à realidade, o governo tem dinheiro.
A
judicialização da saúde persistirá em razão da omissão do governo estadual quando
o assunto é saúde digna. Portanto, se faz necessária uma pressão para que o
governador Fernando Pimentel pague o que está devendo e a população não perca
de vez um direito constitucionalmente garantido.
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