Editorial: Falando sobre Israel / guerra / Palestina

Em uma guerra não existe certo ou errado, mas existem fortes e fracos, inocentes e injustiçados.

*Por Alex Sandro Mendes

Israel é um estado formado por Judeus, ou seja: que não acreditam em Jesus – até por que Jesus é palestino – e ainda se acham os escolhidos... Muitos chamam o lugar de “terra santa”. Isso mesmo! Tem gente que acredita em santidade terrorista, que invade terras, oprime e agora, para combater o inimigo – também terrorista, quer legalizar um genocídio.

Já a Palestina, reivindica sua soberania sobre os territórios da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, cuja maioria das áreas é ocupada por Israel, sempre usando a força. No entanto, existe um enorme problema que impede o controle total por parte de Israel: a Faixa de Gaza, que é controlada pelo Hamas, um movimento palestino de resistência formado por três frentes: político, social e armado.

Atualmente, Israel é comandado por Benjamin Netanyahu, um primeiro-ministro nazista, que, inclusive, já tentou defender Hitler publicamente. Ou seja: dispensa mais detalhes sobre um político de extrema direita, que passou a ter a simpatia da extrema direita brasileira.

Faço esse pequeno esboço para perguntar:

Por que tantos brasileiros fazem turismo religioso para Israel, um País de Judeus?

Qualquer que seja essa resposta, certeza de complexidade, pois lá, acontece o que essas mesmas pessoas repudiam no Brasil.

1)   Aborto legalizado. As regras em Israel facilitam o acesso ao procedimento, inclusive estão disponíveis para as mulheres a pílula do dia seguinte no sistema público de saúde.

2)    Maconha legalizada. Israel regulamentou o uso medicinal da droga e o uso recreativo é descriminalizado, existindo somente uma multa para quem fumar a droga em espaço público.

3)    Reconhecimento ao casamento gay – A capital de Israel, Tel Aviv, com enorme número de casais LGBTQ+, avançou nos direitos dos casais homossexuais, com os mesmos benefícios dos outros, como descontos em impostos e facilitações no registro de seus filhos em escolas. E o País passou a reconhecer casamentos homoafetivos realizados no exterior.

4)    Barriga de Aluguel – Israel tem uma das maiores comunidades gay do mundo, por isso, a Suprema Corte do País passou a permitir que casais homossexuais e homens solteiros possam ter filhos por meio de barrigas de aluguel.

5)    Casamentos proibidos – Em Israel, não existe casamento civil, somente o rabinato pode fazer casamentos e o casal tem que ser formado por judeus, pois casamentos entre pessoas de diferentes religiões são proibidos.

Em plena guerra, essas pautas fervem na internet, e questões deste tipo se tornam pilares nos debates políticos/religiosos polarizados. Inevitavelmente, não se fala só da guerra por disputa de territórios; a carnificina promovida pelo Hamas e por Israel se tornou vitrine para debates ideológicos, antissemitismo, sionismo e questões como a estigmatização de um povo, intensamente impulsionado pela parcialidade da mídia brasileira.

A insanidade chegou ao extremo, pois deparamos com ditos cristãos manifestando favorável a guerra, seja pelo lado dos Judeus ou pelo lado do Hamas, que usa os palestinos como escudo.

Por vezes, o debate sobre a guerra é deixado de lado e parte-se para a política, ideologia e religião, cujas pautas são conflitantes, a exemplo dos cinco pontos enumerados acima. Constantemente se depara com pessoas de direita dando razão para Israel, e pessoas de esquerda defendendo as razões do Hamas... Mas esses posicionamentos são por questões justas? Não. Quem defende o opressor, oprime também. Poucos se preocupam com as questões humanitárias.

O acirramento dos debates nas redes sociais é impulsionado pela mídia, extremamente parcial, sempre pelo lado mais forte. A loucura midiática surta os desinformados. Do lado de Israel se sabe tudo. Para boa parte da mídia brasileira, dominada pelas elites, a vida dos judeus vale muito mais do que a vida dos palestinos. Os mortos em Israel têm nomes, velórios e rostos, enquanto que as mortes do lado palestino não se sabem absolutamente nada. Ou seja: não há somente uma enorme desproporção militar e econômica entre Israel e Palestina.

Para a mídia, políticos de direita e fundamentalistas, não importa que a questão palestina é uma luta anticolonialista. Ninguém fala que desde a criação do estado de Israel existe uma avalanche de massacres e expulsões dos palestinos de sua terra. É uma covardia surreal de um império contra um povo pobre e retaliado, surgindo a situação deplorável chamada Gaza, que é cercada por terra, mar e ar, que ainda tem os serviços essenciais controlados pelo inimigo Israel, o invasor que oprime.

Não se ver na mídia que nas ocupações de Israel existe uma tal “prisão administrativa”, um instrumento ditatorial que prende os palestinos por tempo indeterminado, sem direito à defesa e sem qualquer acusação. Resumindo: os palestinos se tornaram um povo subjugado em todos os sentidos, principalmente de forma discursiva e midiática. Uma verdadeira loucura, inclusive defendida por gente que se diz cristão.

É muito claro para o mundo que Israel quer varrer a palestina do mapa, prova disso é que Netanyahu foi à ONU e mostrou um mapa onde não existia a Palestina, típico de um nazista. Só que para a maioria é muito mais fácil ficar do lado rico.

Neste cenário, surgiu nos escombros de Gaza o tal do Hamas, um grupo de revoltados que resolveu resistir com violência, ou melhor: com ações terroristas de extrema covardia, pois é a única forma que encontram para atingir Israel, um gigante opressor, que sempre optou por conflitos irregulares altamente assimétricos.

Em uma guerra não existe certo ou errado... Mas existem fortes e fracos, inocentes e injustiçados, assim como o povo palestino, vítima do Hamas e dos Judeus. É aí que aparece a questão humanitária, defendida pelos esquerdistas. Para se combater o Hamas não podemos aceitar o extermínio dos palestinos. Isso parece óbvio, menos para Israel e seus aliados. É como se o Rio de Janeiro fosse bombardeado para combater os milicianos.

Para Israel, guerra é rotina, terrorismo também. Na terra onde Jesus Cristo, um palestino, viveu seus últimos momentos, conquistar território e sufocar palestinos são obsessões, nem que para isso seja preciso um genocídio sob alegação de resposta aos ataques do Hamas, fecundado entre os oprimidos.

Existe solução para esse conflito? Sim.

Para uma convivência pacífica entre israelenses e palestinos, basta a instauração de dois estados nacionais, o sonho dos palestinos, já preconizado pela ONU, mas adivinha quem não quer isso? Justamente o invasor Israel, que tem o apoio dos Estados Unidos, e por isso ambos são odiados no Oriente Médio.

E para finalizar:

Israel reclama dos ataques do Hamas, mas usa esses ataques justamente para atender ao seu principal interesse: matar os palestinos e enfraquecer os movimentos pela sua libertação, para isso, comete terrorismo de estado, bombardeando comboios em fuga, escola e hospital, assim como faz o Hamas, que precisa ser combatido, com urgência.

O mundo começou a perceber tudo isso, resta-nos protestar e rezar.

*Diretor do Jornal Folha Regional.

Comentários

  1. Que Jesus volte logo.
    Só assim para acabar com todo sofrimento.

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  2. QUE DEUS TEM MISERICORDIA DE TODOS NOS E CUIDA DESSA PESSOA LA DE ISAREL

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  3. Toda ação requer uma reação
    Israel foi atacado.
    Hamas é um grupo terrorista e precisa ser combatido.
    Israel está dando uma resposta na altura do ataque .

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