Editorial: Testar, testar e testar!
Conforme a Organização Mundial de Saúde - OMS, a testagem da população é a recomendação mais eficaz contra a Covid-19, pois assim que uma pessoa for diagnosticada, mesmo sem nenhum sintoma, ela é imediatamente encaminhada para o isolamento e monitoramento, dentro de sua própria casa, queira ou não.
Diante disso, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, não se cansa de repetir o título deste Editorial: testar, testar, testar.
Diante disso, nos próximos dias, as cidades do Alto Rio Pardo passarão a ter mais unidades de testes rápidos, média de 200 para as cidades maiores, haja vista que o governo está enviando a segunda remessa de testes rápidos para as Secretarias de Saúde (veja matéria aqui). Com isso, espera-se que os casos suspeitos sejam testados com mais frequência.
Como na primeira remessa as cidades da região receberam poucos testes: Taiobeiras (100), São João do Paraíso (40), Rio Pardo de Minas (60) e a maioria das pequenas cidades média de 20 testes, há certa economia para não se gastar os testes disponíveis.
Eis aí o maior problema ao lidar com a pandemia!
O ideal seria testar, pelo menos, os casos suspeitos. No momento, conforme o boletim do estado, Taiobeiras tem 75, Salinas tem 88, Rio Pardo de Minas 18 e São João do Paraíso 22 casos suspeitos, até então, única cidade com um caso positivo no boletim oficial da Secretaria Estadual de Saúde. Se os casos suspeitos fossem testados, o controle da pandemia seria muito maior. O problema é que faltam testes até nas grandes potenciais do mundo. Isso obriga o nosso sistema de saúde a testar apenas os casos graves, levando a subnotificação.
Segundo os infectologistas, muitas pessoas contraem o vírus e ficam assintomáticos, ou seja: não manifesta nenhum sintoma. Resultado: sai espalhando o vírus, principalmente para a família e colegas de trabalho.
Este problema ilustra a importância da testagem, mesmo que aconteça o tal “falso positivo”, comum nos resultados dos testes rápidos. O que é isso? Pode ser um positivo oriundo de gripe comum ou até mesmo um positivo em alguém assintomático que já contraiu o vírus e se encontra curado. Nesses casos, em se tratando de pandemia, é melhor manter a pessoa isolada e monitorada, passados mínimo de sete dias sem sintomas, segue-se a vida, com os devidos cuidados, é claro!
A testagem é importantíssima, mesmo em quem não manifesta sintomas, e principalmente em quem chega de viagem ou manteve contato com algum infectado, pois os positivos, independentemente da porcentagem de confiança dos “rápidos”, obrigatoriamente devem ser isolados por um período seguro e divulgados por todos os cantos e fontes, pois todos que tiveram contato com os infectados também devem ser isolados e monitorados. A precaução deve prevalecer, custe o que custar, pois não tem remédio para a doença. Isso para o bem da sociedade. Quem esconder é irresponsável, desumano, beira a idiotice, típica dos negacionistas, que, com garras afiadas, tentam sufocar autoridades e formadores de opinião.
Os testes rápidos são tão importantes que a ANVISA tem aprovado dezenas de laboratórios a produzi-los. O ideal seria o teste biomolecular, capaz de detectar o vírus logo nos primeiros dias com precisão, no entanto é um método caro e demorado. Portanto, quem não tem cão, caça com gato. O que nos resta são os testes rápidos, eficientes ou não. Em caso de resultado positivo, resta o isolamento e oração para a cura, em caso de “falso positivo”, resta agradecer a Deus, assim como em caso de negativo.
Assim diz o ditado: “É melhor prevenir do que remediar”. Em pandemia, tal ditado muda por hora: “É melhor prevenir, rezar e se isolar do que morrer”.
*Alex é diretor do Jornal Folha Regional e da Rádio Clube Regional FM.
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