Produção de marmelo pode ganhar novo impulso
Proposta é que os produtores disponibilizem as áreas de cultivo para servirem de unidades demonstrativas e unidades de observação dessas espécies |
A
produção de marmelo tem tudo para ganhar novo impulso nos próximos anos em
Minas Gerais. A Emater-MG e a Universidade Federal de Lavras (Ufla) estão
com um projeto que pode alavancar novamente a atividade, usado prioritariamente
na fabricação do doce, conhecido como marmelada.
A
parceria teve início após convite da universidade para que a Emater participasse
de trabalho para avaliar o comportamento de diversas variedades de marmeleiros,
atividade já deu a Minas Gerais o título de maior produtor de marmelos do Brasil.
Estão
sendo distribuídas de seis a sete cultivares de marmeleiro a produtores de dez
municípios mineiros, dentre eles São João do Paraíso. São 23 mudas de cada
cultivar, totalizando 161 mudas que cada um dos agricultores vai plantar em sua
propriedade.
As
frutíferas de marmelo serão monitoradas por técnicos da Emater e acadêmicos da
Ufla. A proposta é que os produtores disponibilizem as áreas de cultivo para
servirem de unidades demonstrativas e unidades de observação dessas espécies.
O
município de São João do Paraíso é o único, entre os participantes do projeto,
que vai abrigar três unidades demonstrativas da pesquisa. Elas vão sediar
eventos como dias de campo, cursos com a demonstração de poda, adubação e
colheitas, entre outras práticas.
“O
marmelo é tradicional em São João do Paraíso e precisamos resgatar a cultura
que enfrenta problemas fitossanitários. Então, outras variedades estão indo pra
lá. Vamos ver quais são menos suscetíveis a doenças. A que está lá hoje é a da
variedade Portugal”, informa Deny Sanábio, coordenador técnico estadual
de Fruticultura da Emater, Deny Sanábio.
Doce – Até a década de 80
existiam grandes agroindústrias processadoras de marmelo, entre elas empresas
como Cica, Peixe e Colombo. Mas, com o passar dos anos, por problemas
fitossanitários das plantas e pela introdução de outros doces no mercado, a
produção e o consumo de marmelada foi caindo.
Conforme Deny Sanábio, em 1967, Minas Gerais tinha 7.582 hectares de plantio e produção de 11,5 mil toneladas de marmelo. Em 1994, as lavouras ocupavam 1.097 hectares, com uma produção de 1.632 toneladas. Já em 2002, o plantio era de 170 hectares e produção de 677 toneladas, chegando ao ano de 2021 com 55 hectares de plantio e produção de 360 toneladas de marmelo. Os dados são da Emater.
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