Empresário recupera ‘pulmões’ do rio Pardo
Desassoreamentos de lagoas
permanentes fazem brotar milhões de litros de água às margens do rio
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Carlos Humberto mostra o exemplar projeto ambiental |
RIO PARDO
DE MINAS – Através de uma iniciativa
inédita na região, o empresário Carlos Humberto Moraes, proprietário da Fazenda
HP, zona rural deste município, aproveitou um trabalho de levantamento de aerofotogrametria,
com apoio de campo, para mapear todas as lagoas naturais existentes às margens
do rio Pardo, especialmente na sua extensão dentro do estado de Minas Gerais. “No
trecho de minhas propriedades existem dezenas de lagoas permanentes, que estão
assoreadas há centenas de anos. Com isso, o rio fica comprometido, pois perde
uma das principais fontes de acumulação de água e multiplicação dos peixes da
bacia, que todos sabemos as lagoas serve de maternidade e berçário para os
peixes”, explica Carlos Humberto.
Com o mapeamento, o empresário iniciou um audacioso
projeto ambiental, que visa o desassoreamento das lagoas permanentes
localizadas em suas propriedades, sempre com o apoio e auxílio de geólogos,
biólogos e hidrólogos de universidades renomadas. “A função das lagoas é receber as
águas das enchentes e manter o fluxo do rio nos períodos de estiagem. Com o
assoreamento, as lagoas pararam de alimentar o rio, que só tem água quando
chove. Com a morte dos rios contribuintes ou normalmente tratados de afluentes
e o assoreamento das lagoas naturais, o rio Pardo acaba secando todos os anos”,
explica o produtor rural, que considera as lagoas permanentes como ‘pulmões’ do
rio Pardo. “Por esse fato, existe a necessidade do desassoreamento das lagoas”,
emenda.
Para viabilizar o projeto, Carlos Humberto investiu
inicialmente R$ 900 mil na compra de uma propriedade de 85 hectares a montante
de sua captação de água e na aquisição de máquina escavadeira hidráulica. “Na
propriedade adquirida existem três grandes lagoas permanentes assoreadas, que
estão sendo recuperadas e garantirão enorme volume de água, tornando meu
empreendimento definitivamente auto-suficiente em água”, disse Carlos.
A primeira lagoa, com 620 metros de
comprimento, foi recuperada em 2007, em caráter de experiência, e hoje a área
se encontra totalmente recuperada, mantendo 4,5 metros de
profundidade e 26 metros
de largura. “Mesmo no período de seca em 2012, essa lagoa abaixou apenas 1,5 metros e manteve 60
mil metros cúbicos de água. É algo fantástico e comprova a viabilidade do
projeto”, vibra o produtor.
Em outubro de 2012, Carlos iniciou a recuperação da
segunda lagoa e os trabalhos já foram concluídos. Resultado: a lagoa ficou com 4 metros de profundidade e
590 metros
de comprimento, gerando um espelho de água de 50 mil metros quadrados e
acumulando 200 mil metros cúbicos de água. “Nas lagoas estamos construindo dique
de proteção com 1,5 metros
acima do nível da maior enchente para evitar a entrada das águas de enxurrada”,
explicou Carlos, detalhando que os desassoreamentos acompanham as curvas
naturais das lagoas para evitar erosões.
Os trabalhos na terceira lagoa estão em andamento. É
a maior. Depois de pronta terá 10 hectares de espelho de água e acumulará 350
mil metros cúbicos. “O que estou fazendo é recuperar o que a natureza
e as mãos do homem mudaram ao longo dos anos. É só desassorear que a água brota
normalmente. Essa é a solução mais viável para recuperar o rio Pardo. Falta
apenas vontade política”.
Carlos explica que o nível do rio e das lagoas é o
mesmo, mas o fundo do rio fica 1,5 metros acima da lagoa, por isso, o rio seca
e as lagoas permanecem com água. “Se todas as lagoas naturais fossem
recuperadas, o fluxo do rio Pardo permaneceria normalmente”, conclui o
produtor.
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Lagoa desassoreada em 2007 está com APP totalmente recuperada |
De olho na piscicultura
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Carlos Humberto está fazendo o que o Governo não faz: desassoreando os ‘pulmões’ do rio Pardo |
O projeto de Carlos Humberto vai além do
desassoreamento. Até 2014 ele pretende investir 2,5 milhões no resgate do meio
ambiente de suas propriedades. Depois que as Áreas de Preservação Permanente
(APP’s) estiveram totalmente recuperadas, o empresário pretende iniciar um
projeto de piscicultura nas lagoas. “As águas das lagoas possuem temperatura
ideal para berçário de peixes e isso viabiliza um grande projeto de
piscicultura”, disse.
Segundo
o empresário, cerca de 120 jovens concluem o 2º grau na escola localizada em
sua fazenda e todos precisam de uma atividade para se manter na região. “A
piscicultura pode ser a solução para esses jovens, pois é uma atividade
rentável e teremos água suficiente para isso”, disse.
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Desassoreamento deixará Fazenda HP auto-sustentável em água |
Parabéns Sr.Carlos Humberto! O Sr. provou para o estado,o País e a copasa que,o que falta é somente interesse e vontade política.Taí um belo exemplo de quando se quer,se faz!
ResponderExcluirExcelente projeto!
ResponderExcluirGrande empreendedor da natureza... Parabéns!!!