A estranha e misteriosa saída do Padre Vanderley da Paróquia de Taiobeiras
Na noite de terça (30), católicos fizeram vigília por quatro horas em frente à Igreja Matriz |
O anúncio da saída de
Padre Vanderley caiu como uma bomba em Taiobeiras. O Jornal Folha Regional
descobriu que a sua chegada à Paróquia São Sebastião foi por meio de intervenção,
já que “desvios” vinham e estão sendo apurados, segundo fonte da reportagem. Passados nove meses, o que se
percebe é uma nova intervenção, já que as mudanças estão sendo feitas de forma
abrupta, sem consultas e muito menos explicações. A Congregação Sagrada Família,
que abriga os atuais padres, simplesmente devolveu a Paróquia para a
Arquidiocese de Montes Claros.
Aí mora o mistério.
Por qual motivo a Congregação
Sagrada Família estar desistindo de Taiobeiras?
Por que entregar uma
Paróquia justamente no momento em que vem sendo revigorada por um novo líder?
Qual é a motivação
dessas decisões impositivas?
Por que nenhuma
satisfação é dada para a comunidade católica local?
Por que um padre evangelizador,
ativo e transparente é removido com nove meses, enquanto que outros totalmente
inertes perpetuam?
São perguntas
silenciadas ao longo dos anos. E, talvez, esse silêncio explique a decadência imposta
à Paróquia por mais de uma década.
Por tudo isso, existe um
sentimento geral de que algo muito obscuro vem ocorrendo nos bastidores da
Paróquia. São muitas suspeitas, especulações e burburinhos, justamente por que
ninguém vem a público prestar esclarecimentos. Tudo é muito nebuloso, típico de
trama cinematográfica.
Para o professor e
historiador Levon Nascimento, católico taiobeirense que já foi alvo de grupos dominadores da Paróquia, esse episódio da remoção do Padre Vanderley “desnuda o
quanto de autocracia e surdez hierárquica ainda corroem as artérias do
catolicismo”. “Fala-se muito na responsabilidade que os leigos devem assumir para com
a Igreja, mas o clero continua a não conversar, a não ouvir e a mandar como
antigos senhores feudais”, escreveu o professor, que questiona o método
e a estrutura engessada da igreja.
Fato é que, passados
três dias do anúncio da transferência, o arcebispo João Justino, de Montes
Claros, autor das medidas, ainda não se pronunciou publicamente, mesmo depois
da vigília realizada ontem em frente à Igreja Matriz de Taiobeiras, onde centenas
de pessoas rezaram, cantaram e pediram pela permanência do Padre Vanderley na Paróquia.
Tudo é muito estranho.
Mesmo diante da enorme repercussão negativa, nenhuma autoridade religiosa se
manifesta, o que só faz aumentar as especulações e boatos na cidade.
Nossa reportagem já
convidou Padre Vanderley, por duas vezes, para entrevistas, mas ele estar
orientado por superiores a não se manifestar para evitar mais polêmicas. Por
nota, o padre explicou que a partir de fevereiro de 2022 a Paróquia será
assumida por padres diocesanos. “Os Padres Religiosos devem obediência ao
superior provincial e ao Arcebispo Arquidiocesano, fazendo desta forma que eu
obedeça e esteja de acordo às normas estabelecidas”, escreveu Padre Vanderley.
Folha Regional fez
contato com Fabíola Lauton, da Assessoria de Comunicação da Arquidiocese de
Montes Claros, e ela informou que ainda não tem nenhum posicionamento sobre o
caso que repercute em Taiobeiras.
A reportagem solicitou
Nota sobre as reclamações, manifestações e insatisfações da comunidade católica
de Taiobeiras em relação a remoção do Padre Vanderley da Paróquia São
Sebastião.
Também foram feitas as seguintes perguntas:
Por que Padre Vanderley estar sendo removido com
apenas nove meses de Paróquia, sendo que a grande maioria vem elogiando o seu
trabalho?
Por que a comunidade católica não foi ouvida antes
de tomar a decisão da remoção?
Por qual motivo a Paróquia sofreu intervenção no início
deste ano?
Qual posicionamento do arcebispo Dom João diante
das manifestações da comunidade?
Da mesma maneira que aconteceu com a OFM, os Franciscanos, que abdicaram da Paróquia de Taiobeiras e a devolveu para a Diocese de Montes Claros. Situação, no mínimo, curiosa
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