Cemig abre comportas da Usina de Irapé


Foram 200 milímetros de chuvas no fim de semana e a queda de barreiras obstruiu as saídas da drenagem da casa de força, gerando preocupações.

Neste domingo (19/12), a região da Usina Hidrelétrica de Irapé, localizada entre os municípios de Berilo e Grão Mogol, recebeu um acumulado atípico de chuvas, que levou à interrupção de geração da usina e à necessidade de abertura mínima do vertedouro.

A partir das 20 horas de sábado (18) até às 10 horas de domingo (19), a precipitação de chuva acumulada chegou a quase 200 milímetros na região da usina. Considerando as características da topografia da região, essa quantidade de chuva causou a queda de barreiras no acesso à usina, bem como obstruiu as saídas da drenagem da casa de força. Isso ocasionou a necessidade de desligamento das três unidades geradoras, interrompendo o fluxo de liberação de água no rio, que estava no patamar de 50 m³/s.

De maneira a manter a perenização do rio Jequitinhonha, a Cemig procedeu pela abertura mínima do túnel extravasor. Essa abertura é feita no patamar de 230 m³/s, valor inferior ao limite de início de inundação dos municípios ribeirinhos.

Vale destacar que apesar do evento chuvoso de grande volume, o reservatório de Irapé ainda apresenta impactos da crise hídrica dos últimos anos, registrando, no momento, um armazenamento de apenas 33%. Ou seja, o vertimento atual é praticado apenas com o intuito de manter o rio Jequitinhonha perenizado, garantindo a vida aquática e demais usos da água. Além disso, os impactos das chuvas se restringiram à região da estrada de acesso da usina e de sua casa de força.

Conforme a Cemig, não há qualquer preocupação ou risco quanto à segurança da barragem de Irapé. Apesar de informações em mídias sociais quanto à preocupação sobre o ocorrido deste domingo, a Cemig vem esclarecer que não há motivo de preocupação quanto a efeitos de inundação ao longo da calha do rio Jequitinhonha devido ao início do vertimento, ou qualquer preocupação quanto à segurança estrutural ou operacional da usina.

A operação da usina manterá o vertimento no patamar de 230 m³/s até que seja solucionado o problema quanto à drenagem da casa de força e avaliada a condição das unidades geradoras. Não há impacto para o suprimento energético das cidades da região, que é mantido pela malha de transmissão do Sistema Interligado Nacional (SIN).

Por fim, a Cemig informa que mantém contato constantes com as Coordenadorias Municipais de Proteção e Defesa Civil dos municípios de Berilo, Grão Mogol, Josenópolis e Virgem da Lapa, bem como com a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil.

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