Saúde de Rio Pardo confirma erro do hospital, mas ataca a Folha Regional

Nota da Secretaria omite providências que deveriam ser tomadas após a notificação

Após o Jornal Folha Regional tornar público a realização de velório de um homem testado positivo para Covid-19 em Rio Pardo de Minas, a Secretaria Municipal de Saúde, pela 1ª vez, se manifesta publicamente para prestar esclarecimentos referentes à pandemia no município.

O caso envolve o óbito do guarda noturno Joel dos Reis, de 43 anos, que morreu no Hospital Aroldo Tourinho, em Montes Claros, sendo que o corpo foi liberado sem alerta de protocolo para Covid-19. Veja matéria aqui.

O óbito ocorreu ontem (terça, 06) e o velório foi interrompido na manhã desta quarta (07), sendo que a família só foi avisada do teste positivo para Covid-19 depois de 15 horas da morte. Ou seja: a Secretaria de Saúde deveria ter montado uma ‘operação de guerra’ para identificar, isolar e monitorar todas as pessoas que esteve próxima do corpo, mas, de forma inexplicável, ficou inerte e o caso só se tornou público depois da matéria publicada pela Folha Regional. Até então, a população estava achando que a causa da morte seria infarto.

Com a gigantesca repercussão da matéria, a Secretaria de Saúde publicou Nota de Esclarecimento na noite desta quarta, confirmando o caso, que foi revelado por meio de fonte da Folha Regional.

Em tempo, a Folha Regional esclarece que a informação da presença da Polícia Militar no velório não procede conforme relatado pela fonte e foi, de imediato, corrigida. Conforme Tenente Kenneth Viana, a guarnição da PM não chegou a ser acionada.

Na nota, a Secretaria de Saúde alega que só foi informada do teste positivo para Covid no homem hoje às 10 horas. Diz também que: “neste horário, os familiares já estavam se preparando para o enterro. Não havendo mais o que se fazer, pois o rito fúnebre já havia ocorrido e estando por finalizar”.

Este trecho em negrito acima demonstra o despreparo e amadorismo que a Secretaria de Saúde de Rio Pardo de Minas tratou o caso, que vinha sendo abafado até a Folha Regional o tornar público. Muito pelo contrário, a Secretaria tinha muito o que fazer, pois a possibilidade de contaminação das pessoas presentes ao velório é altíssima. No mínimo, deveria ter montado força-tarefa para monitorar todos os envolvidos no velório, mas o que fez se resumiu a uma ‘operação abafa’.

Sem se preocupar com os seus erros primários após a notificação do caso positivo, a Secretaria de Saúde ainda teve a ousadia de solicitar retratação da Folha Regional, que somente tornou público um erro grotesco.

Somente depois da repercussão, a Secretaria de Saúde, também na Nota, solicitou que todos que compareceram ao velório entrasse em contato por telefone com o Comitê de Enfrentamento da Covid-19, isso depois de passadas 11 horas da notificação positiva do caso. Um escândalo!

Ao final da nota, a Secretaria de Saúde diz que “se solidariza com a família enlutada e repudia os atos ofensivos proferidos através deste periódico”. Em reposta, a Folha Regional deixa claro que apenas jogou luz no que a Secretaria queria manter no escuro. Todas as informações contidas na matéria foram devidamente apuradas e garantimos a sua veracidade, sendo que a presença da PM no velório não ocorreu conforme foi informado por uma fonte.