A crise da cultura em Taiobeiras
![]() |
| Artigo do professor, escritor e historiador Levon Nascimento. |
A mais recente crise envolvendo os fazedores de cultura de Taiobeiras não fragiliza apenas indivíduos isolados; ela atinge, de modo estrutural, uma cultura local que já se encontra historicamente enfraquecida. Na tradicional Festa de Maio, os espaços considerados “nobres” são reiteradamente reservados às chamadas “bandas melhores” ou “de fora” — como se as produções artísticas locais não possuíssem qualidade, identidade ou relevância. Nossos escritores seguem invisibilizados, e suas obras raramente integram, de forma sistemática, o currículo das escolas públicas ou particulares.
Grupos folclóricos como Camponesas, Margaridas e Mineirinhas, assim como as folias de reis — autênticos guardiões das tradições natalinas brasileiras — são empurrados para a margem, atropelados pelo espetáculo importado das luzes artificiais e desencantadas de Gramado. Trata-se de uma expressão cristalina de colonialismo mental e de um persistente viralatismo cultural. Atores e atrizes locais são frequentemente tratados como figuras excêntricas, facilmente descartáveis. Já aqueles que sustentam manifestações musicais de nicho, como o rock/metal e o regionalismo norte-mineiro, sobrevivem à revelia de qualquer apoio institucional ou empresarial consistente.
No episódio envolvendo o Centro Cultural, confesso que meu coração se ressente. Todos os fazedores culturais ali implicados são pessoas queridas, comprometidas e talentosas. O infortúnio da situação, no entanto, lança a todos — indistintamente — na vala da maledicência, transformando-os em alvos da plateia fácil e voraz das redes sociais. Evidentemente, esclarecimentos e justiça são necessários. Que se busquem, porém, nos foros e instâncias competentes, e não nos sinédrios virtuais da internet.
Diante desse quadro, impõe-se a pergunta essencial: a quem interessa fragilizar aqueles que, de fato, produzem cultura em nosso município? A superação dessa crise exige diálogo qualificado, consciência de classe e, sobretudo, a identificação lúcida de quem é o verdadeiro adversário. Somente assim será possível enxergar uma saída para este túnel sombrio que insiste em conter e limitar a potência cultural de Taiobeiras.
*Levon é também Presidente do Conselho Municipal de Política Cultural de Taiobeiras.

Quem deveria luta pela cultura de Taiobeiras está acabando com o pouco que tem, a cultura de Taiobeiras a anos está esquecida, por isso fazer oq querem e ninguém procura sabe, está esquecida....
ResponderExcluirCRISE DA CULTURA? kkkkk A crise é da ESQUERDA! O povo de Taiobeiras, honesto em sua grande maioria, JAMAIS vai apoiar um LADRÃO que rouba velhinhos do INSS.
ResponderExcluirSim . É uma crise sem medida!.Fui criada em Montes Claros e carrego cravados na minha memória os sons dos tambores, violas , violões e violinos como também os passos dos foliões, catopês, marujos e caboclinhos ! Obrigada, Montes Claros!
ResponderExcluir